quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Assisti Avatar

Olá a todos,

Assisti (um pouco tardio) ao filme Avatar, e creio que um review dele deva ser feito sob dois aspectos: Estória (enredo) e tecnológico (a produção do filme).

Ok, vamos à primeira parte: A Estória.

Aqui fica óbvio o objetivo é remover qualquer risco de não agradar o público, seguindo praticamente à risca receitas consagradas, ou seja, mocinho, que se apaixona pela mocinha que está com o seu povo em perigo e que ele passa a ajudá-los contra os inimigos de quem ele mesmo no início fazia parte, ou seja, uma mistura de herói com traidor. Alguém lembrou de Dança com Lobos? Eu lembrei.

Somado à isso um pouco da religião pagã e a ideia de Gaia, onde todo o planeta e seu seres vivos tem a mesma origem (o que no filme foi introduzido numa maneira inédita e genial), o que reforça o lado ecológico do filme, pois os inimigos querem derrubar a floresta para pode extrair um minério valioso.

E pra fechar, um modelo militar que o próprio diretor já havia usado anteriormente em Aliens (observe a cabine da nave de comando e a pilota usando um óculos Ray-Ban, igualzinho), e frases tiradas diretamente do ex-presidente Bush como por ex: "Temos que iniciar uma guerra "preventiva", combatendo terror com terror."

Agora a Tecnologia:

Primeiro: Uau!!! ... Sem palavras por um momento...

Eu lembro bem o dia em que fui ao cinema assistir à Jurassic Park, onde fiquei tão embasbacado quanto o personagem de Sam Neil ao ver o primeiro dinossauro. Nossa, ele parece de verdade (!). Inclusive o próprio George Lucas ao ver este filme pensou o mesmo e decidiu dar inicio à nova trilogia Star Wars, pois o cinema tinha atingido um novo estágio. Mas quando se assiste filmes como Star Wars e Matrix, existe uma certa sensação de artificialidade, como: - Legal essas cenas, mas sei que são geradas por computador.

Agora em Avatar é diferente, praticamente nada passa a sensação de ser artificial (alguns bichos talvez), as plantas, as florestas, as cachoeiras... simplesmente não dá para dizer se o que estamos vendo é real ou computação gráfica. Os próprios nativos (na'vi) e os avatares dos atores, parecem que são eles mesmos pintados de azul, mas quando eles interagem com humanos e fica aparente a sua altura (3 metros), nos confunde completamente a visão. Isso é real ou não? Como tudo isso foi feito? Logo na primeira cena onde ele corre e sente os dedos do pé na terra, você fica olhando procurando alguma pista. Meu pai que estava comigo na sessão (raríssimo levá-lo ao cinema), disse que eles deve ter esticado os atores, e ele ficou muito impressionado.

O uso da tecnologia 3D foi muito bem empregada, sem a necessidade daqueles abusos clichês comuns do tipo: coisas apontadas na cara do público ou jogando coisas pela tela. O uso dela se restringiu à dar ao público a possibilidade de olhar e admirar as belezas de Pandora (planeta ou lua onde se passa o filme).

As cenas de ação são vertiginosas (mais ainda se você assistir numa sala IMAX, como eu :-)). As cenas de altíssimos penhascos são usadas à exaustão (e novamente vem a sensação: como fazem isso? Onde estava essa câmera? Olha um míssil passando! Uma bicho enorme alado esta atacando aquela nave! Respira, respira... :-))

O filme poderia ter sido um pouco mais curto, em alguns momentos ele cansa um pouco, principalmente durante o romance açucarado e inocente entre o mocinho (Sam Worthington) e a mocinha (Zoë Saldaña); fica inclusive a repetir em mostrar o cenário repetidas vezes. Alguém me acorda quando esse trecho acabar.

Ok, já falei demais segue notas:

Estória: 7 - muito bobinha, podia ter ousado um pouco mais.

Tecnologia: 10 - acho que foi pra isso que o filme foi feito, senão seria apenas mais um filme de homem "civilizado" contra homem primitivo e nativo.


Avatar

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Assisti Lua Nova

Ola a todos,

Andei meio ausente dos cinemas ultimamente, mas consegui uma brecha para ir assistir Lua Nova. E estava curioso por este, afinal li os livros. ;-)

Primeiro estava um pouco preocupado com a direção, afinal Chris Weitz arruinou o filme Bússola de Ouro (um dos meus livros favoritos, sniff). Mas depois entendi a escalação: Houve apenas uma cena bem feita em Bússola de Ouro: A luta dos Ursos de Armadura, e pasmem, a cena foi repetida igualzinha em Lua Nova na cena da briga dos Lobos (replay total).

Ok, quanto ao filme, conseguiu de maneira consistente transferir a fase depressiva de Bella para as telas, com destaque à cena onde ela senta-se em seu quarto, enquanto a câmera gira em sua volta e se observa os meses passando. Para quem não leu o livro, algumas coisas ficaram estranhas e sem sentido (sério, eu questionei algumas), portanto apenas irá curtir mesmo os que leram a obra.

Os atores, infelizmente, continuam uma lástima. Antes eu achava Robert Pattinson um ator ruim, agora tenho certeza. As tentativas de demonstrar qualquer tipo de emoção destoam totalmente com relação ao resto do elenco, e Kristen Stewart até que é esforçada, e acaba combinando bem com a personagem sem sal do livro. Taylor Lautner surpreendeu, mostrando-se bem à vontade na interpretação de Jacob (apesar que no livro ele é mais jocoso e cínico).

Há, e já ia esquecendo, os Volturi até que estão bem retratados, mas dá uma sensação de Anjos da Noite. Dakota Fanning deve ter se divertido aos montes. Esperamos por ela nos próximos filmes.

Minha nota: 6,5 Para fãs do livro somente.

Escolhi um trailer com mais ação para não acharem que é filme pra menina:

Trailer Lua Nova

domingo, 22 de novembro de 2009

As duas tragédias de Oscar Wilde

Olá a todos,

Costumo de vez em quando postar no okut alguma frase que tenha me chamado a atenção, e a última que postei foi de Oscar Wilde que diz o seguinte: Existem apenas duas tragédias no mundo. Uma é não conseguir o que se quer; a outra é conseguir. Hã? Isto parece não faz o menor sentido.

Dias mais tarde comecei a pensar nesta frase e observei que apesar dela parecer pessimista e surreal, observei que ela é um interessante retrato do mundo dos nossos pensamentos. Vamos analisá-la por partes:

Não conseguir o que se quer [ou deseja]. Esta frase é inclusive citada no Budismo como a principal fonte da infelicidade, quando não conseguimos o que desejamos nos tornamos infelizes. Para solucionar este problema, basta que deixemos de desejar e de ter objetivos, mas desta forma o que seríamos? Estátuas? Se nada desejo, se não tenho objetivos, o que sou então?

Mas foi a segunda parte que mais me intrigou: Conseguir o que quer [ou desejas] também é uma tragédia. Será que após conseguir o que desejamos, iremos ficar frustrados e desorientados? O Curinga diz no último filme do Batman, que ele é um cachorro perseguindo carros, e que não saberia o que fazer quando alcança-se um.
Os chineses nos dizem para termos cuidado com o que desejamos, pois podemos conseguir; será que eles quiseram dizer que não iremos conseguir lidar com o que conseguirmos?
A própria conquista do objetivo pode trazer consigo uma decepção. Pois a sensação pode ser bem diferente daquela que idealizávamos. Talvez seja este o motivo de algumas pessoas ficarem tentando bater seus próprios recordes, querem derrotar a elas mesmas(?).

Consegui o que queria, e agora?

Se levarmos a frase de Oscar Wilde como verdade, estaremos presos num paradoxo, pois não podemos nem deixar de ter objetivos e desejos e nem podemos alcançá-los, o que nos leva a seguinte conclusão: mantenha-se buscando, mantenha-se remando, mantenha-se andando; e deixe a vida definir quando é o momento de parar, caso contrário... Mais uma tragédia de Oscar Wilde.

Fui

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Li O Possuído, A Marca, Profanação, O Remanescente, Armagedom e O Glorioso Aparecimento

Olá a todos,

Como podem ver pelo título deste post, li os demais volumes da série Deixados para Trás, logo vou fazer um único review para os capítulos 6 à 12.

Primeiramente vou comentá-lo apenas como obra literária, vamos esquecer a parte religiosa (discutir religião é sempre um campo minado).
A obra como um todo, como eu já havia dito nos reviews anteriores é uma leitura literal e escatológica do livro do apocalipse, e durante os seus diversos capítulos e volumes, nota-se o cuidado para que cada acontecimento relevante na estória tenha a sua fundamentação em alguma passagem bíblica, dando assim uma certa credibilidade com a comunidade evangélica. Ponto pros autores, isto não deve ter sido simples de alcançar.

Interessante que quando comecei a postar sobre a leitura desta coleção, recebi alguns contatos de pessoas querendo saber das minhas convicções religiosas, ouvi inclusive se estava lendo por ser crente ou apenas por curiosidade. Eu leio porque gosto de ler, e gosto do assunto religião. ;-)

Mas voltado, infelizmente a segunda metade dos volumes não conseguiu manter o suspense e a ação iniciada nos primeiros, restringindo-se a apenas um ou no máximo dois evento relevantes por livro, que geralmente ocorrem apenas nos últimos capítulos (me lembrou aqueles seriados americanos, onde no final acontece algo que só irá concluir no início da próxima temporada). Um exemplo foi de uma parte onde um membro coadjuvante do chamado Comando Tribulação (grupo de resistentes contra o Anti-Cristo) é preso, e mais da metade de um livro foi como libertá-lo, que no fim nem foi necessário, pois ele conseguiu escapar sozinho.

Resumindo: Os seis volumes finais poderiam ser tranquilamente apenas 3, muito cansativos.

Algumas situações que me chamaram a atenção:
O anti-cristo é retratado como alguém muito inteligente e com grande poder de oratória e persuasão, mas depois que ele é possuído por Lúcifer, mostra-se uma pessoa infantil e de certa forma até "birrenta", do tipo, eu quero assim e todos tem que gostar que eu faço assim e me adorar porque sou o máximo (sic). Um retrato diferente das diversas representações que vemos no cinema e outros livros.
E o falso profeta? Uma espécie de Papa do Anti-Cristo/Lucifer; cômico e estabanado como um integrante dos três patetas. Não entendi bem o que os autores quiseram demonstrar com isto. Improvável que alguém o levasse realmente à sério.

Outra situação que de certa forma choca um pouco os desavisados, é uma certa crueldade demonstrada por Jesus Cristo em seus julgamentos (afinal, agora o Cordeiro volta como um Leão), principalmente com as pessoas que não o aceitaram, inclusive os "em cima do muro", onde simplesmente abre-se um buraco no chão e são lançados às chamas eternas do lago de fogo; apesar do livro ficar repetindo, que o que aparenta ser crueldade, é na verdade apenas justiça, e os personagens entendem isso. O contrário é também verdade, é bem retratada a maneira amorosa que Jesus trata os seus escolhidos (os que nele creem).

Em pequenas passagens, invisíveis aos olhos de quem não conhece as diversas religiões no mundo, os autores dão pequenas alfinetadas nas demais crenças, as vezes até de maneira deselegante, como na seguinte frase: "ele que foi criado numa religião aberrante", por tratar-se de um oriental, suspeito tratar-se de uma referência ao Xintoísmo. Mas a maioria dos leitores não vão notar esses detalhes que não costumam passar de uma palavra apenas por volume.

Nota: 6 Começou muito bem, mas na segunda metade ficou evidente a tática "encher linguiça", poderia ser bem mais curto.

p.s.: Algumas pessoas com quem tive contato sobre o livro, ficou evidenciado que nenhuma havia lido além do primeiro livro. :-\

p.p.s: Vou ler algumas outras obras e depois voltarei a esta série onde ainda há mais três livros prequel e mais um de sequência.

Novamente gostaria de dizer que o objetivo deste review é apenas ater-se à obra literária, sem questionar ou criticar a doutrina apresentada nem o ponto de vista religioso dos autores. Não é minha intensão ofender qualquer crença ou religião.

Até a próxima.

sábado, 17 de outubro de 2009

Uma oração

Olá a todos,

Sei que tenho negligenciado este blog nos últimos tempos, tendo inclusive recebido perguntas por onde ando. Fico feliz que tenho alguns seguidores :-)

Hoje farei um post um pouco diferente; como gosto de estudar as diversas religiões, procurei escolher uma oração, que fosse pra mim a mais bela e que melhor transfere o verdadeiro sentimento da humildade, e acredito que qualquer que seja a sua crença ou descrença irá entender o seu significado.
Segue (os negritos são por minha conta):

Oração de São Francisco de Assis

Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor;
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;
Onde houver discórdia, que eu leve a união;
Onde houver dúvida, que eu leve a ;
Onde houver erro, que eu leve a verdade;
Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;
Onde houver trevas, que eu leve a luz.

Ó Mestre,
Fazei que eu procure mais:
Consolar, que ser consolado;
compreender, que ser compreendido;
amar, que ser amado.
Pois, é dando que se recebe,
é perdoando que se é perdoado,
e é morrendo que se vive para a vida eterna.
Amém

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Li A Colheita, Apoliom e Assassinos

Saudações a todos,

Já li mais três volumes da série Deixados para Trás, e não tenho muito o que acrescentar ao reviews anteriores. A estória é uma só, e continua evoluindo lentamente, mas de uma maneira que prende o leitor, principalmente nos capítulos finais de cada volume.

Os acontecimentos profetizados no apocalipse continuam acontecendo um após o outro. O ponto mais interessante é observar a manipulação política e social que Nicolae Carpathia utiliza para ganhar cada vez mais poder. Inicialmente controla os meios de comunicação e depois a imprensa, depois a ONU, as religiões do mundo e assim por diante.

Isso nos faz pensar em como é fácil manipular o povo através das informações, ou seja, controle a informação e controle o mundo todo.

Outra coisa que notei é o preconceito que os autores tem das liberdades e relativismo crescente no mundo, durante a leitura, sem menos esperar, eles adicionam aos grupos que estão vetados para ir para o Céu coisas que atualmente aceitamos sem problemas, eles chegam a máximo em afirmar que é uma mentira que todas as religiões levam a Deus, e que a única maneira de ganhar o selo (uma espécie de ingresso pro Céu que só pode ser visto pelos "salvos") é aceitar que és um pecador e que precisas de Jesus Cristo.

Não vou discutir ideologias neste post, mas creio que os autores poderiam estar sendo um pouco mais ecumênicos.

Minha nota: 7 por enquanto. Ainda não terminou.

domingo, 30 de agosto de 2009

Li Nicolae

Ola á todos,

Li o terceiro volume da série Deixados para Trás e não tenho muito o que acrescentar aos reviews anteriores, afinal, trata-se de volumes de uma mesma estória.

O livro novamente inicia com um "O que aconteceu até agora...", e continua deste ponto, como se estivéssemos continuando a ler o mesmo livro. Nesse aqui a ação e suspense aumentou consideradamente após um segundo volume morno, onde o anticristo apenas firmava se poder pelo mundo. Aqui acompanhamos a terceira guerra mundial, e o que o Apocalipse chama de a Ira do Cordeiro. E pra variar, fica bem mais agitado no último capítulo com uma interrupção abruta, do tipo, continua no próximo livro. Ainda bem que já adquiri todos, e aproveitei e já lí os dois primeiros capítulos de A Colheita.

Mas falando um pouco da experiência após três volumes da saga: Dá para notar que os autores conhecem muito bem os detalhes do livro das Revelações (Apocalipse) da Bíblia, e com esta estória montam toda uma visão escatológica do que poderia estar por vir. Novamente repetido o que disse no primeiro review, a obra está publicada e classificada como ficção, mas acho que algumas pessoas podem ficar impressionadas em alguns capítulos pela riqueza de detalhes em que descrevem certas destruições e o sofrimento dos feridos. Claro que a obra não deixa de ser uma pouco evangelizadora, volta e meia, um pastor ou rabino tenta explicar o que esta acontecendo na forma de um sermão ou prédica que visa os personagens principais, mas acaba tendo o leitor como evangelizado indireto.

Minha nota: 8 suspense que impede a interrupção da leitura. Odeio esses livros, também quero fazer outras coisas :-)

Left behind 3 World at War

p.s.: O trailer acima parece não ter nada haver com o livro. Darr.

domingo, 23 de agosto de 2009

Li Comando Tribulação

Olá a todos,

Neste livro, a estória iniciada em Deixados para Trás continua exatamente do ponto onde o anterior havia parado, com direito inclusive à prólogo para fazer um pequeno resumo do que aconteceu até este ponto.

Neste volume, o objetivo de ser uma estória mais evangélica fica mais evidente, onde os "nossos quatro heróis", que formaram o tal Comando Tribulação do título, tentam avisar as pessoas pelo que virá pela frente com a conquista do poder mundial pelo Anti-Cristo.

A estória se arrasta um pouco, fica uma sensação de seriado de TV, onde o ponto alto sempre está nos últimos capítulos e temos que esperar pela próxima temporada. Para complementar a história nos momentos em que não está acontecendo nenhum fato relevante caímos numa estória romântica com direito a mal-entendidos cercados de ciúmes do nível de uma novela mexicana exibida nas tardes semanais.

Mas o ritmo e o suspense continuam bons tirando os pontos que citei anteriormente, se você leu o primeiro volume, e tenhas gostado, terás que continuar nos volumes seguintes, afinal não dá para assistir apenas à primeira temporada de uma série. :-)

Minha nota: 7 volume de transição, provavelmente no próximo teremos um melhor suspense e ação ;-)
Left Behind 2: Tribulation Force (2002)

sábado, 15 de agosto de 2009

Li Deixados para Trás

Olá a todos,

Li o primeiro volume da série Deixados para Trás (são 16 volumes ao todo, vou ter o que ler por um bom tempo). Este livro é intrigante, fico até meio sem o que escrever neste review, mas vamos lá mesmo assim.

A estória: Milhares ou milhões de pessoas em todo o planeta simplesmente desapareceram deixando apenas suas roupas, relógios, pulseiras, etc no lugar onde estavam. Ok, de início parece mais uma ficção barata, mas no livro diversas pessoas começam a achar que o que ocorreu, foi o arrebatamento, conceito religioso que indica que Jesus retirou da Terra os "salvos" e os levou aos Céus.

Mas e quanto aos que foram Deixados para Trás, como ficou a vida deles? Terão eles que enfrentar as tribulações que estão descritas no apocalipse?

O livro não deixa claro se o seu objetivo é ficção escapista ou a tentativa de evangelizar ou avisar o leitor, apesar de que na minha opinião ele se sai bem em ambos os casos. Se você não é religioso, vai encontrar nele uma estória muito interessante de ser lida, e do tipo que não consegue se largar até chegar na ultima página (aí você irá largá-lo para pegar o próximo volume). Mas se você é religioso e facilmente impressionável, deves lê-lo com um certo discernimento pois podes ficar assustado em determinadas passagens onde um pastor começa a citar a Bíblia e correlacioná-lo com o que esta acontecendo na estória. Claro que eu como um bom curioso dos assuntos religiosos, consultei a Bíblia para verificar a autenticidade das transcrições, o que mostraram-se precisas. Ponto pros autores.

O livro também acerta em utilizar um número reduzido de personagens, facilitando assim o acompanhamento da estória, incluindo a formação de um grupo que investiga se o que está acontecendo é o que foi profetizado pela Bíblia.

Este livro tem sua versão em filme, o qual ainda não o assisti, quem sabe dou um pulinho na locadora neste fim de semana? Pelo que pesquisei apenas os três primeiros volumes foram filmados, pois o autor não gostou da qualidade deles, e conseguiu cancelar os direitos das filmagens.

Minha nota: 9 - Excelente narrativa com ótimo suspense. Apenas uma ressalva com aqueles que acreditam no que leem, a própria capa diz que se trata de Uma Ficção dos Últimos Dias.
Left Behind 1 Trailer

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Li O Clube do Filme

Olá a todos,

É sempre bom ser surpreendido por uma boa obra literária, e O Clube do Filme foi mais um destes casos. Mas não se engane com o título, ele não é sobre cinema e sim sobre um pai e um filho que juntos em casa formam um "clube do filme" particular que os acaba aproximando numa estória que os fará derramar uma pequena lágrima ao virar a última página.

No livro o filho, Jesse, de 15 anos não suporta mais a vida escolar (como a maioria de nós também não suportava naquela época) e seu pai, David (o autor do livro), toma uma posição inversa à maioria absoluta dos pais: Permite que o filho largue a escola e fique em casa com apenas a condição de ver três filmes semanais na companhia do seu pai (e também não se envolver com drogas).

O pai, crítico de cinema, escolhe filmes diversos, mas onde cada um deles tem algo que pode despertar em Jesse algo sobre o que fazer com sua vida, e levando ele a abrir-se principalmente com suas eternas dores de cotovelo (o que também difere de outras obras, onde geralmente quem tem dor de cotovelo é a namorada abandonada).

E com o passar das semanas, pai e filho se conhecem cada vez mais, e sempre do ponto de vista do autor, que inclusive se questiona várias vezes se realmente tomou a decisão certa.

Eu sou uma pessoa que vê (ou pelo menos via) muitos filmes, e confesso que pelo menos a metade dos filmes citados no livro eu ainda não vi. Vou ter que fazer uma lista deles e passar a visitar mais a locadora :-), pois nos filmes que eu tinha visto, compreendi muito melhor o contexto. Não é obrigatório ter visto os filmes citados, mas creio que se poderá apreciar esta obra com mais detalhes caso eles tenham sido vistos. Até imaginei um pacote sendo vendido com o livro e os DVD´s de cada película citada, mas provavelmente ficaria meio caro. :-\

Minha nota: 9 merecido e recomendado a todos. Conselho: Aprecie sem pressa.

O clube do filme

quinta-feira, 23 de julho de 2009

A moral do certo e errado

Olá a todos,

Esses dias a noite assisti pela internet um debate entre Richard Dawkins e Jonh Lennox sobre o livro Deus, Um Delírio. E teve um ponto em específico que me chamou a atenção: Moral e Sermos Bons.

Nesta hora ficamos pensando sobre o que é moral, e sobre como distinguimos o certo do errado. Afinal o que é certo para uma pessoa pode ser completamente errado para outra, até porque essas definições são influenciadas por muitos fatores, desde culturais, familiares, religiosos, etc... Richard Dawkins sustenta que não precisamos de religião para diferenciarmos o certo do errado, e não vejo motivos para discordar, pois a religião apenas acrescenta mais regras nas nossas distinções. De acordo com ele, existe uma regra universal: Faça aos outros o que desejas que façam consigo, ou na versão inversa: Não faça aos outros o que não queres que façam consigo. Parece uma certa simplificação do conceito, mas afinal ele ele esta certo.

Ah, mas isto pode tirar a religião fora da equação. E o que fazer com os 10 mandamentos? Ué, não lembram-se que o próprio Cristo resumiu os 10 mandamentos num só: Ame ao próximo como a si mesmo e a Deus sobre todas as demais coisas. Vendo desta maneira, o mandamento de Jesus Cristo e o faça aos outros o que desejas que façam contigo são duas maneiras de se dizer a mesma coisa.

Mas mesmo, assim, o que eleva a nossa moral a cada no era, ou momento da estória?
Existe uma teoria formulada por Dawnkins chamada Moral Zeitgeist, que basicamente fala que a moral evolui constantemente, ou seja, a definição do certo e errado evolui também. Um exemplo simples: Ter escravos. Era praticamente normal e não tinha nada de errado no passado possuirmos escravos, inclusive a Bíblia cita que podemos ter escravos desde que sejam de nações vizinhas LV 25.44-46. Mas isso hoje é considerado errado, e por um motivo extremamente simples, nós não queremos ser escravizados, logo também não escravizamos.

Sim, assunto complicado e que nos leva a profundas filosofias: O que é Certo, e o que é Errado? E quem pode definir ou julgar isso? Nos nossos tribunais, o Juiz não julga o certo e o errado, o que ele julga é se uma ação ou atitude esta de acordo com a Lei ou não. Mas pensando um pouco, será que poderíamos resumir a nossa Constituição ou os A Declaração Universal dos Direitos Humanos ao mandamento do Cristo ou ao "Não Faça aos Outros o que Não Queres que Façam a Você".

Fui, ah, segue abaixo o vídeo da primeira parte do debate.
O Debate: Deus, o delírio | Richard Dawkins X John Lennox

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Li Amanhecer

Olá a todos,

Fiquei um tempo sem bloggar, pois estava entretido com a leitura do último volume da saga Crepúsculo. Sim, sim, eu sei que é livro para meninas, não vou discutir isso novamente, e daí, a estória é boa, não me interessa que o Vampiro é um emo todo inseguro e não um animal homicida e sedutor como Conde Drácula. Ok, segue meus comentários. Não precisem ter receio em ler, pois não há spoilers no texto.

A autora, Stephenie Meyer, evoluiu muito no modo que conduz sua narrativa, bem como a contextualização do suspense, já fazia um tempo que não leio algo que atrapalhou as vezes a minha respiração com tal apreensão do momento. Palmas à autora. Está aprendendo mesmo, evolução à olhos vistos (ou lidos).

Com relação a estória, ela continua bem no ponto onde parou Eclipse (que leu sabe o que estava acontecendo), passa daí por momento Cinderela com seu príncipe encantado, quando obviamente as coisas não saem como esperado, e problemas então surgem; senão iria escorrer açúcar pelas páginas.

Nossa, é meio complicado falar de algo que não pode-se falar :-), pois sei que pessoas que ainda não o leram este livro podem vir a ler este review, mas continuemos. Diferente dos três primeiros livros, este volume é divido em três partes distintas, sendo a primeira e última pela ótica de Bella (como os volumes anteriores), e a sua segunda parte pela ótica de Jacob, acrescentando assim um dinamismo muito maior a narrativa. Talvez seja por isso que a autora resolver re-escrever Crepúsculo pela ótica de Edward, mas o projeto foi abandonado devido à um vazamento na internet, veja mais sobre isso no seguinte link.

Nesta mudança de estilo, a estória passou para um lado mais políticos, questionando o direito dos Volturi de reger e estipular leis aos vampiros, criando assim uma espécie de aliança rebelde que culmina num grande confronto intelectual e de poderes sobrenaturais que alguns vampiros possuem (leitura de mentes, prever o futuro, criar ilusões, etc). Sim, eu lembro que prometi que não teriam spoilers, mas os Volturi vocês já conhecem, né? Não? Ops...

Infelizmente nem tudo são flores neste último capítulo; a autora deixou muitas coisas sem respostas e vários personagens foram simplesmente esquecidos, inclusive alguns deles dizendo que certos problemas deverão ser resolvidos no futuro. Ué? Será que a autora tem em mente uma continuação? Se sim, o que esta esperando, queremos mais :-) Pelo menos um epílogo curto, tipo... Cinco anos depois encontramos nossos personagens novamente em suas vidas agora extremamente entediantes, he he he. Ela cita algo sobre isso no vídeo abaixo.

Minha nota: Amanhecer: 8 e para a série Crepúsculo que li toda: 9,5

E que venham os demais filmes, e mais um livrinho se possível. Já ia esquecendo, se alguém da Intrinseca, estiver lendo isto, poderiam publicar no Brasil o outro livro dela, The Host? Por favor :-) Fiquei interessando em ler uma ficção científica.

Stephenie Meyer talks about Breaking Dawn

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Li O Vendedor de Sonhos

Olá a todos,

Numa semana sem livros, foi convencido pela minha mãe a dar uma conferida nesta livro, pois ela o tinha adorado. Meio que sem muita vontade resolvi dar-lhe uma chance.

Apesar do autor dizer o contrário, o livro pode ser considerado de auto-ajuda sim, mas ele faz isso de maneira não intrusiva. Explico: A maioria dos livros de auto-ajuda dirigem-se ao leitor diretamente, tentando convencê-lo de que tudo pode ser melhor se acreditares nisto. Neste romance, a abordagem é bem diferente, o que o deixa muito mais agradável e digerível na sua leitura.

O livro conta a estória de um suicida que é abordado por uma figurinha excêntrica, que poderíamos considerar um amálgama de Jesus Cristo com Raul Seixas, um indigente sem papas na língua, que o convida a acompanhá-lo. Com suas frases muitas vezes ácidas, atingem o personagem no seu âmago, gerando curiosidade e expectativa, não só neles, nas pessoas que veem a cena e em nós leitores.

Pouco a pouco, os seres mais improváveis de confiança, vão juntando-se como discípulos a este estranho que passaram a chamar de mestre. Ele os desafiava a largarem o que estavam fazendo e passarem a ser, junto com ele, vendedores de sonhos.

Mas afinal, o que isto quer dizer? Quer dizer simplesmente conhecer as pessoas e suas estórias, mostrar que o mundo nos tornou autômatos e esquecemos de ser humanos.

E durante essa caminhada diversos personagens cruzam com esse "estranho" grupo de vendedores, e é nesse ponto em que o leitor vai começar a se identificar com algumas situações e comportamentos, fazendo-o pensar se também não se tornou um "normal".

Minha nota: 8,0 Audacioso, curioso, cativante, mas pouco criativo. Talvez dê uma conferida na continuação ;-)

domingo, 21 de junho de 2009

Assisti O Exterminador do Futuro - Salvação

Olá a todos,

E não é que o filme me surpreendeu? Depois do sofrível, ridículo e esquecível terceiro filme, esse quarto conseguiram fazer algo de interessante. Confesso que fiquei assustado ao saber que o diretor era o McG (As Panteras (de chorar de ruim)), pois dava a impressão que não poderia sair nada de bom daí, e não é que saiu?

Infelizmente um dos segredos mais interessantes da estória, já foi entregue pelos trailers, e pensando um pouco até que não é tão original assim, mas diverte e prende a atenção. Claro que em alguns momentos deu a impressão de "Mamãe, quero ser que nem transformers", com aquelas máquinas gigantes, algumas em forma de moto e umas que lembrou a cena de Aliens IV debaixo da água; sim, tem exterminadores marítimos (hã?!).

Algumas partes da estória ficam no ar e acabam meio sem sentido, tipo: O que era aquele campo de concentração da Skynet? Era só pra deixar os humanos presos, ou seriam mortos? Por que não matar os humanos logo de cara? Já que é para isso que os exterminadores servem? Confuso, mas no trailer tem uma cena que Connor diz que é para replicar tecido humano, mas essa cena não está no filme.

Batman, ops, John Connor (Christian Bale) está perdido no meio da estória, fica claro que o roteiro original não focava-se nele, e sim em Marcus Wright e depois foi "concertado" para lhe dar mais foco, afinal ele é pra ser o messias ou o grande líder da humanidade contra as máquinas, mas não é o que o filme mostra, ele é sim um rebelde da resistência com dificuldades de seguir a linha de comando existente entre eles, e fica a pergunta: Será que John Connor é assim tão essencial? Pois parecem que os humanos estar se virando muito bem sem ele nesse universo meio parecido com Resident Evil ou Mad Max.

Minha nota: 7,0 Espetáculo militar visual com roteiro meia boca. Vale a conferida ;-)

O Exterminador do Futuro 4 - Salvação

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Li A Oxford de Lyra

Olá a todos,

Minha obra favorita em termos de literatura é sem duvida Fronteiras do Universo (His Dark Materials), e com esse novo livro (não tão novo assim, é que demorou pacas para chegar ao Brasil, finalmente!), Philip Pullman cria uma espécie de epílogo da trilogia. Nele encontramos novamente Lyra dois anos após a conclusão dos eventos acompanhados em A Luneta Âmbar, quando ela se depara com um dæmon de uma bruxa (feiticeira, nesta tradução, lamentável) que precisa de auxílio para encontrar um antigo alquimista. Ela tenta dentro do possível ajudá-lo e a escondê-lo, pois as pessoas ficariam assustadas ao verem um dæmon sem o seu humano correspondente (somente os das bruxas e de mais uma pessoa, que quem leu a trilogia sabe quem é, podem se distanciar).

Novamente as citações à física quântica são incluídas de maneira sutil e até explícita na introdução do livro onde o autor cita que esses acontecimento iriam modificar o passado (sim, essa é uma das teorias, onde o presente modifica o passado).

Infelizmente a estória é curta demais deixando aquela sensação de quero mais, de preciso mais. O que irá acontecer agora? Sem contar que o livro levanta situações não explicadas que mostram que a estória ainda não terminou, e que vai vir mais por aí. Deixando assim a pergunta: Qual a ligação entre Lyra e as aves? Por que elas a vigiam constantemente?

Talvez essa e outras respontas venham no Livro do Pó, que o autor esta escrevendo atualmente.

Além da estória, também vem um mapa dobrável de OxfordShire e das Faculdades de Oxford, alguns catálogos de produtos e postais; o que lembra um pouco aqueles livrinhos satélites que a J.K. Rowling lançou sobre o mundo do Harry Potter.

Minha nota: 7,5 Compra obrigatória a todos, que como eu, são fãs da Trilogia Fronteiras do Universo. Pena que foi muito curto. E que venha logo o próximo livro.

sábado, 13 de junho de 2009

Li O Leitor

Olá a todos,

Terminei de ler o livro O Leitor, que de acordo com a sua orelha, é o segundo livro alemão mais aplaudido. Gostaria de saber por quem ele foi aplaudido, provavelmente pela mãe do autor.

Dos últimos livros que eu li, considero essa a minha primeira grande decepção, ainda não vi o filme, talvez esteja melhor.
A estória, que é bastante simples, é divida em três partes: O romance entre o autor, o julgamento dos nazistas, e a fase da prisão. O livro é contado do ponto de vista de memórias, sem quase dialogo algum, uma narrativa curta e direta, com capítulos igualmente curtos e sem qualquer inspiração na escrita, típico que quem parece ter uma certa pressa em contar o que aconteceu, mas antagonicamente perde-se em detalhes irrelevantes durante a narrativa.

Na estoria, o jovem Michael Berg, de 15 anos conhece Hanna, 20 anos mais velha que ele, e começam um romance, onde na maior parte do tempo ele fica lendo livros para ela, até que um dia ela desaparece por completo, levando ele a crer ser culpado por algum tipo de desilusão. Anos mais tarde, Michael é estudante de direito, e passa a acompanhar os julgamento dos ex-nazistas (?) pelos crimes de guerra, e aí ele vê Hanna como uma das réus, pois ela havia sido no passado, guarda de campo de concentração, inclusive no campo de Auschwitz. Ele passa então a acompanhar todo o julgamento e aos testemunhos proferidos, até a sua condenação.

Hanna, guarda um segredo que lhe causa mais vergonha que o comportamento durante a guerra, que quando revelado no livro, nos dá aquela impressão de "ué, era só isso?".

O livro tem alguns momentos inteligentes e que fazem o leitor (nós, não o do título) pensar sobre o holocausto, e esses momentos são justos quando Hanna questiona o Juiz, do que ele teria feito no papel dela naquele momento, o que eu compreendi ser na verdade dirigida ao leitor da obra. Muito bem colocadas as perguntas que ficaram no ar.

No mais uma obra sem qualquer brilho e inspiração:
Minha nota: 6,5 Ainda bem que foi curtinho.

domingo, 7 de junho de 2009

Li O Jogo do Anjo

Olá a todos,

Carlos Ruiz Zafón conseguiu novamente. Temos mais um belo exemplo de literatura bem escrita com uma trama bem pensada e que nos prende até a última página do epílogo.

Este livro passa-se antes da estória escrita em A Sombra do Vento, apesar de escrito depois, logo é uma chamada prequel. Desta vez acompanhamos um escritor ao invés de um livreiro (sempre as estórias giram em torno de um livro) no labirinto do Cemitério dos Livros Esquecidos, lá ele encontra um livro que tem a mesma finalidade do livro que ele foi contratado para escrever: Um livro que foi encomendado por um editor estrangeiro que ele chama de patrão, que tem um broche de anjo na lapela (motivo do título). Não vou falar sobre a trama do livro que foi solicitado a ser escrito, pois no momento desta revelação, fiquei completamente pasmo. :-O
O "Patrão" aparece em diversas ocasiões querendo saber como anda o "projeto" pelo qual ele pagou uma quantidade exorbitante de dinheiro.

Em vários momentos, alguma pessoa acaba atrapalhando de alguma maneira o desenvolvimento do livro, e após isto acaba por morrer numa situação aparente de acidente, o que coloca a polícia no encalço do nosso pobre escritor envolto em tão difícil tarefa. Logo, ele tem que lidar com um Patrão misterioso, um romance não correspondido, amigos da alta sociedade, uma assistente "insistente", ajudar o sr. Sempere, escrever o livro e ainda investigar as mortes misteriosas que ocorrem a sua volta e que o apontam como principal suspeito. Claro que isto em alguns momentos torna a narrativa um pouco complexa, exigindo uma certa atenção do leitor, mas em nada prejudica o andamento, pelo contrário, lhe torna ainda mais preso à leitura.

Posso dizer que já virei fã assumido do autor. Li que ele pretende escrever quatro estórias em torno da livraria Sempere e Filhos e o Cemitério dos Livros Esquecidos, pois pode ter certeza que estarei no dia do lançamento esperando para comprar o meu exemplar. :-)

Mais que recomendo. Não vou me estender muito nesta minha resenha, pois praticamente tudo que disse sobre A Sombra do Vento, vale para este aqui também e melhor. Uma ressalva é que neste caso o autor começa lentamente a flertar com o sobrenatural, e a deixar algumas pontas soltas que, espero eu, serão explicadas nas próximas obras, pois nos deixa pensativos sobre o que realmente ocorreu.

Minha nota: 9,5. Superou A Sombra do Vento
El Juego del Ángel

sábado, 6 de junho de 2009

Assisti Anjos e Demônios

Olá a Todos,

Assisti ao filme Anjos e Demônios. Confesso que fui assisti-lo com o pé atrás, pois na sua primeira tentativa de adaptar um romance de Dan Brown para os cinemas foi bastante frustrante (O Código da Vinci). Mas resolvi dar uma nova chance à Ron Howards, e eis que ele aprendeu com os erros passados e produziu um filme bem mais consistente. Apesar ainda longe de perfeito, melhorou bastante com relação ao anterior, o que nos livros, a ordem é invertida: Essa estória passaria antes de O Código da Vinci.

Uma das melhores escolhas foi, além de arrumar aquele ridículo corte de cabelo do Tom Hanks, deixar de lado algumas das maiores viagens presentes no livro, tentando tornar assim um filme mais realista e coeso. O ator Ewan McGregor dá, como sempre, um show de interpretação no papel do carmelenco e que assume temporariamente o comando do Vaticano, enquanto ocorre a eleição do próximo Papa no Conclave.

Na estória uma bomba de anti-matéria (eu disse que a maioria das viagens tinham sido cortadas, não todas) é implantada num local ignorado no Vaticano para uma espécie de ataque terrorista ou vingativo dos Illuminati contra os crimes cometidos pela Igreja no passado com os cientistas (começando por Galileu Galilei), a velha Inquisição e a Fogueira das Vaidades.
Pena que apesar disso, em nenhum momento fica clara a motivação do Vilão principal. Ou melhor, é completamente esquecida, ou alguém entendeu porque ele fez aquilo? Uma forte falha no roteiro num filme com tamanho orçamento e com motivações de BlockBuster.

Agora um parabéns a parte vai para a recriação da Praça de São Pedro e a Capela Sistina, não sei se é digital ou foi montada em estúdio, mas são realmente inacreditáveis em perfeição, sem contar as tomadas aéreas com a praça lotada de gente. Não vejo a hora de ver no DVD um making-of para ver quais foram as técnicas utilizadas para produzi-lo.

Bom, finalizando, o filme termina deixando uma certa sensação que assistimos foi apenas uma gincana turística e frenética pelas igrejas de Roma, sem um verdadeiro motivo para os acontecimentos. Acho que o Jack Bauer provavelmente teria resolvido em bem menos que 24 horas :-)

Minha nota: 7,5 Boa diversão se acompanhado de um balde de pipocas.

Anjos e Demônios

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Um Ano de Blog

Olá a todos,

Sabiam que hoje faz um ano que fiz meu primeiro post aqui, e que já foram escritos mais de 90 textos? Pois é, nem eu estou acreditando. E eu que sempre achei que redação na escola era uma espécie de castigo de tão ruim que era. Chegava a passar uma tarde olhando para uma folha de papel esperando vir alguma inspiração do que escrever e nada! Absolutamente nada. Acho que daí que veio a expressão: "me deu um branco". Pois era assim que minhas folhas de caderno terminavam, um enorme branco. Um segredo: Reprovei em dois vestibulares por causa da maldita redação. Esse fantasma "do branco" sempre me assombrou, ou melhor, assombrava. Nem uma única frase saía direito.

E agora estou aqui, há um ano, exatamente, escrevendo num blog, e sabem o que é ainda mais louco? Tem gente acompanhando. É sim, olha aqui do lado na parte de seguidores. Neste momento em que estou escrevendo tem 10 de vocês. :-O
Claro que do meu ponto de vista, é toda uma comunidade de pessoas para ler o que eu escrevo. Pois meu objetivo era escrever para apenas uma pessoa: Para mim mesmo.

Portanto gostaria de agradecer a todos vocês que tem me acompanhado por todo esse ano, e prometo procurar mais assuntos interessantes para escrever além de filmes, livros e religião. Já teve pessoas que me pediram para escrever sobre tecnologia, mas sinceramente, sobre isto eu já falo o dia todo, aqui neste blog tem um pouco dos meus outros lados, não somente o programador e instrutor que vocês já conhecem. Aqui tem bem mais dos Meus Pensamentos.

E que possamos continuar por mais um ano.
Obrigado a todos.
Um abração

terça-feira, 2 de junho de 2009

A Abstração da Felicidade

Olá a todos,

Hoje ouvi, ou melhor, li a seguinte pergunta: Se não há problemas no momento, por que não nos sentimos felizes da vida (a pessoa, se vier a ler isto, saberá que é a autora da questão). Portanto mais tarde me pus a pensar sobre esta incógnita, e aqui segue nos Meus Pensamentos:

O conceito de felicidade é totalmente abstrato, pois não podemos defini-la. Após muito pensar não achei uma só frase que a descreva ou defina bem. Então como será possível almejar algo tão indefinido? Como alcançá-la se não há bússola que nos indique o caminho? Acho que podemos usar o famoso clichê: Você saberá quando encontrar. :-\

Na nossa composição física, genes, células e neurônios utilizam-se de mecanismos de recompensa, ou seja, o prazer provêm de áreas no cérebro que emitem endorfina, dopamina, e outras palavras que terminam com "mina" (tal como foi mostrado no documentário Quem Somos Nós). Algumas pessoas recorrem ao uso de substâncias químicas que estimulam estes "centros de prazer", sejam elas drogas ilícitas, bebida, chocolate ou fármacos receitados por profissionais da psiquiatria, conseguindo assim uma espécie de Felicidade Artificial. Mas até aí ok; estamos assim refletindo sobre o assunto no campo biológico e químico da nossa constituição física.

Passando para o lado metafísico e espiritual, o Budismo nos ensina que viver é sofrer, e que o sofrimento provêm dos nossos desejos ou apegos não atendidos ou correspondidos e que todo sofrimento, assim como toda a nossa felicidade, está na própria mente. Já no Cristianismo, a felicidade advém da nossa proximidade com Deus, sendo Ele uma capa protetora contra os infortúnios, como diz-se na oração cristã oficial: Livra-nos de todo mal.
Citando o site Bíblia On-Line: Felicidade: Estado de satisfação que experimentamos pela posse, real ou em esperança, daquilo que amamos. A felicidade completa exclui as dores, as preocupações, o temor. Esta felicidade total não é deste mundo; é a que nos espera na posse de Deus pelo amor quando o veremos "face a face" na vida eterna.
Observem que no site bíblico fala de posse; seja ela real ou não daquilo que amamos, o que leva ao Budismo, onde é demonstrado que o sofrimento é não corresponder ao apego. Logo temos definições complementares. Mas continuemos...

Já de acordo com o Wikipedia: A felicidade é uma gama de emoções ou sentimentos que vai desde o contentamento ou satisfação até à alegria intensa ou júbilo. A felicidade tem ainda o significado de bem-estar ou paz interna.
Novamente aparece satisfação; só que agora temos em conjunto o bem-estar e a paz interna.

No dicionário Houaiss: Felicidade: qualidade ou estado de feliz; estado de uma consciência plenamente satisfeita; satisfação; contentamento; bem-estar.
Pois é, parece que felicidade é estar satisfeito. Cada um trouxe um pedaço da mesma definição: satisfazer desejos e a nossa consciência. Mas isso me parece tão vago e insípido...

Logo, minha conclusão é que o estado de Felicidade é algo que apenas nós podemos saber e sentir! Esta definição é toda e exclusiva nossa! Ninguém pode nos tirá-la. Só nós mesmos podemos dizer ao Universo se estamos ou não felizes, se somos ou não felizes. Se orar, libertar-se dos desejos, ou partir para o Prozac são caminhos possíveis que cada um de nós deve percorrer, que assim o seja! Mas lembrem-se que não há qualquer garantia que irão chegar ao seu destino. Isso é conosco e com mais ninguém. Talvez não esteja nem em Templos e nem em Farmácias, mas sim a quilômetros e quilômetros de distância dentro das profundezas do nosso ser, esse imenso oceano sensorial. E que não tenhamos medo do que iremos nos deparar quando lá mergulhar.
Que se abra a Caixa de Pandora!

Sem vídeo hoje, apenas um emoticon a todos: :-)

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Volta ao Twitter e a Web 2.0

Olá a todos,

Se o google me acha, logo existo. Essa é minha :-)

Hoje voltei a usar um site que havia abandonei no passado por falta de interesse dos internautas, mas por mais incrível que pareça, voltou a moda com força total: O Twitter. Sim, esse mesmo que vocês já ouviram falar e que foi até capa da Revista Época.

Interessante é que comecei a usá-lo a mais de um ano atrás e praticamente não tinha ninguém lá, e agora, não sei o porquê, provavelmente alguém deve ter dito que esse é o cara do momento, e todos, sem ao mesmo ver direito o que é, foram correndo para se inscrever. Para ir na onda, resolvi voltar para ele, o que não foi tão fácil como parecia, como minha conta tinha sido excluída no passado, tive que esperar 30 dias para reativá-la. :-O

Interessante esse conceito de web 2.0. O significado é relativamente simples (se é que ele existe): entre em tudo que é site social possível, tenha blog, contribua em wikis, veja nuvens incompreensíveis de tag's, reporte seu status atual no twitter, tenha pelo menos umas três contas em serviços de mensagens (MSN, GTalk, Skype, ICQ, etc...). Além de criar contas no Orkut, Facebook, LinkedIn, Plaxo, MySpaces e usar aplicativos bobinhos de adolescente tipo o Buddypoke. Ufa! Aja tempo para manter tudo isso atualizado. O Google Latitude larguei em menos de 3 dias. Alguém ainda lembra do Second Life? Ahh, e tem mais: Digg, Del.icio.us, Technorati, e hãã, deve ter mais, mas agora de cabeça nem lembro de tudo.

Ok, mas o que será que isto causa na gente? Isso que nem citei as várias contas de e-mail (por que é quase impossível ter uma só?). Será que todos nós teremos que comprar super celulares com suporte a tudo isso? Os computadores nos passam informações ou somos nós agora que passamos elas todas? O que será que o Fulano e a Beltrana estão fazendo neste momento? Preciso saber já! Preciso ver suas fotos no Flickr. Loucura! Dependência. Onde será que tem um quiosque de internet por aqui? Droga! O Wi-Fi tá bloqueado! Cyber Café! Onde? Onde? Onde?

E se depois de ter tudo será que podemos ficar dias, semanas ou até poucas horas off-line? Pelo que li na internet, tem pessoas que nem conseguem ficar com o celular desligado, imagina tentar deixá-los longe de um computador? Teve um episódio de South Park onde o caos se instaurou devido a queda da Internet.

Tive uma ideia malévola: Imagine a seguinte ameaça dos pais para um filho: Ou você se comporta, ou excluímos sua conta no orkut? Já pensaram no desespero? É praticamente uma pena de morte virtual.

E fechando, pra que realmente serve a Web 2.0? Imagino que seja para deixar todos informados de tudo. Mas a internet já não era pra isso? Talvez seja para nos deixamos de ser navegadores e passamos a ser colaboradores. Mas será que isso não cansa? Quando será o nosso momento de folga? Eu já recebi algumas vezes reclamações que não tinha post novo aqui. Affe! Já até ouvi dizer que esperam minha resenha antes de ir assistir um filme no cinema.

Fui assimilado pela Web 2.0.

Antigamente a Sun dizia: A Rede é o Computador™
Agora passamos a dizer: A Rede somos Nós

Vejam esse vídeo:

Web 2.0 ... The Machine is Us/ing Us

domingo, 24 de maio de 2009

Li O Doador

Olá a todos,

Sociedade perfeita, também chamada de Utopia. É algo que nos quebra a cabeça desde que sabemos que somos gente, ou até antes :-).

Neste livro a autora descreve uma comunidade perfeita (que me lembrou bastante do clássico Admirável Mundo Novo), e qual foi a forma encontrada para criar esta "perfeição"? Através de um único membro da comunidade que recebe a função de ser o Recebedor de Memórias, é com ele que fica todas as memórias e sentimentos da comunidade, extinguindo-se assim o sofrimento, as desilusões, conflitos, amor, desejo e alegrias.

A população inclusive perde a capacidade de ver cores, assim no mundo perfeito, tudo é de acordo com o definido, cada unidade familiar é montado por um homem, uma mulher, um menino e uma menina (até que estes dois últimos completem 12 anos) definidos pelo conselho ancião. Como citado no livro, um mundo de mesmices.

Na estória, o atual Recebedor de Memórias esta velho, e deve passá-las para o próximo que irá tomar o seu lugar, neste momento conhecemos o personagem principal, Jonas, que é escolhido pelo conselho como o novo Recebedor de Memórias, e o velho passa a ter o cargo de Doador [de memórias].

Assim que Jonas passa a ter contato com estas memórias, todo o mundo muda pra ele, e seguimos com sua angustia de voltar dia a dia para casa após seu treinamento e observar que o tudo a sua volta era falso, fabricado, de modo a proteger os cidadãos do sofrimento, mas também de qualquer outro sentimento.

Uma leitura penetrante que nos faz refletir sobre o que somos e como as nossas vidas funcionam. Não há como não ser atingido em cheio por esta estória filosófica e imprevisível. Pena que foi curta demais. Ao virar a última página, senti uma grande frustração em querer saber mais do que houve, e após um tempo percebi que a autora deixa para nós "escrevermos o final". Gostei.

Minha nota: 8,5 Provocante, intenso e de grande suspense, mas muito apressado nas últimas páginas. Vale conferir.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Assisti X-Men Origins: Wolverine

Olá a todos,

Assisti ao filme do Wolverine. Infelizmente assisti sim. Gostaria de não ter assistido e de poder contar com a imagem que tinha na minha memória do herói ou anti-herói dos filmes anteriores.

Logo na abertura onde vemos a infância de Logan (nossa, é meio difícil imaginá-lo como uma criança) e seu relacionamento com o irmão, futuro Dentes de Sabre (que curiosamente nos filmes anteriores dos X-Men não lembra desse mero detalhe, e nem tem a desenvoltura que exibe neste filme). Aí passamos aos créditos de abertura, que vai mostrando eles crescendo durante várias guerras, o que me lembrou um pouco o filme Highlander. Nesta hora pensei: Esse filme será bom.

Mas infelizmente "o bom" ficou por aí,... vemos agora um Hugh Jackman (excelente ator) que além de ganhar o papel principal, ganha a missão impossível de carregar o filme sozinho nas costas, pois todos os demais atores do elenco estavam lá com intuito de atrapalhar a sua atuação, isso sem contar o roteiro sofrível. Inclusive suas muitas cenas desprovidas de trajes, mostra que ele também tinha a função de atrair o público feminino. De chorar.

Eu tenho o gibi da Arma X; a estória está lá; não havia necessidade de inventar nada, era só segui-la e pronto: teríamos um bom filme. Mas não, tiveram que dar um motivo para Logan ser o que é através de um romance glicosado com uma professorinha de primário que conta uma estória sobre a lua e os carcajus que uivam pra ela (carcaju [ou glutão] em inglês significa wolverine (acho que essa vocês não sabiam)).

Apesar de aparentemente o filme ser sobre Wolverine, vários X-Men fazem pontas, acabando por confundir um pouco a audiência. Se bem me lembro os outros filmes dos X-Men eram praticamente filmes sobre o Wolverine e a sua ligação com os X-Men. Basta lembrar do segundo filme, toda a estoria é centrada nele. Uma pergunta: Que diabos o Gambit faz na estória além de atrapalhar e se meter nas brigas que não são dele. Até parece que como "esqueceram" dele nos outros filmes, vamos dar um jeito [forçado] de incluí-lo na estória.

Desculpe pelo spoiler, mas o Logan ser "adotado" por um casal de velhinhos vindos numa camionete foi cópia dos Kent achando Kal-El (super-homem) na maior cara de pau. Eita falta de imaginação.

Para fechar, uma cena que com certeza merece o Framboesa de Ouro: o momento em que o Stryker lembra que Wolverine precisa ter sua memória apagada (Grato por esse Weber). A cena e seu motivo foi de uma imbecilidade difícil de se imaginar que tenha vindo de um roteirista com o minimo de leitura das estórias em quadrinhos. Se não fosse o final do filme são sei se continuaria na sala não.

Minha nota: 3,5. Seria zero se não fosse pelo esforço e atuação do Hugh Jackman.


X-Men Origens: Wolverine

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Li Deus, um delírio

Olá a todos,

Inicialmente quero dizer que este review será sobre a obra literária, não vou discutir o tema do ateísmo, nem sobre filosofias religiosas, mas deixarei este assunto para post futuros pois gosto do tema. E se gosto pelo temo, sempre me questionei: No que acreditam aqueles em que nada acreditam. Como tenho um amigo ateu, ele me fez o favor de emprestar esse livro. Segue review:

Está escrito na orelha do livro:
"Se este livro funcionar do modo como espero, os leitores religiosos que o abrirem serão ateus quando o terminarem" - Richard Dawkins.

Ok, posso dizer que com relação à esta afirmação, ele se equivocou, não funcionou como o autor esperava: não me tornei ateu. :-)
Explico o motivo: O linguajar aplicado na obra é muito complexa, me senti lendo uma tese de mestrado e não um livro, logo é necessário um belo esforço por parte do leitor para absorvê-lo na sua totalidade, e olha que eu conheço a evolução das espécies, física quântica, estrutura celular, etc e mesmo assim o achei bem complexo. Eu não estou dizendo que o autor disse inverdades ou bobagens, o que estou dizendo é que a maneira como o livro foi escrito, não vai alcançar seu público alvo: a massa de religiosos por inércia.
O que é um religioso por inércia? Aqueles que são por que os pais o são e pronto. Conheces algum católico não-praticante? É mais ou menos por aí.

Senhor Dawkins, se estiveres lendo esse blog (olha eu de novo achando que os cara leem meu blog), minha sugestão é que escreva um livro chamado The God Delusion For Dummies ou The God Delusion In A Nutshell. Por que se continuares com esse tipo de literatura, apenas acadêmicos irão ler e melhor, apenas eles vão entender. Falando nisto, uma outra crítica é que ele separa os leitores e castas esclarecidas e não esclarecidas. Para ele, basta que você seja mais inteligente e já irá por conta própria aderir ao ateísmo. Um pouco arrogante da parte dele.

Com este livro, Richard Dawkins cria uma espécie de profeta dos ateus: Charles Darwin. Praticamente a evolução das espécies é a "bala de prata" para responder a todas as questões. Seria o similar ao número 42 para Douglas Adams. Os capítulos do livro, apesarem de volta e meia massacrar o leitor com uma leitura quase inteligível, segue uma forma relativamente simples: ele fica o tempo todo explicando as coisas através da seleção natural; logo, aplicando-se a Navalha de Occam, Deus não precisa existir. Ex: Tal espécie evolui desta maneira por que assim tinha vantagem sobre as outras, e isto era devido ao ambiente e não à um ser sobrenatural.

Entendo que a motivação para este livro foi a tentativa criada pelos governos americano e inglês de ensinar o criacionismo nas escolas. Praticamente o livro não ataca as religiões e a figura de Deus em si, mas a ideia de que as crianças acreditem que a Terra tenha menos de 10 mil anos e que o homem surgiu de um pouco de barro, e isto sento ensinado nos dias de hoje é ir de contra o que já esta mais que comprovado. Mas sim, basta ligar a TV, principalmente no governo Bush (que não deixou saudades) isto era bastante discutido. O próprio Tony Blair (o autor é inglês) também tinha umas ideias assim. Acaba sendo uma luta Criacionismo X Seleção Natural. Isto é meio complicado. Lembro-me de uma vez, quando uma criança estava vendo aquela famosa figura que vai do macaco ao homem moderno cada vez mais ereto, ela virou-se pra mim e perguntou: - Glaucio, eu já fui um macaco? Não lembro como me saí dessa. :-[

Outro ponto bastante atacado, foi os massacres ocorridos em nome da religião, que não podem ser negados: Holocausto, 11 de Setembro, Talibãs, As Cruzadas, etc... Ou seja, religiosos que não leem as escrituras sagradas e que acham que o certo é matar os que acreditam em algo diferente. :-O

Minha nota: 6,5 Boas ideias, boas filosofias, mas complicado e maçante demais.
Richard Dawkins Fala Sobre 'Deus - Um Delírio'

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Assiti Star Trek

Olá a todos,

Primeiramente, devo deixar bem claro que apesar de ser um autêntico Nerd, não sou um Trekkie, logo meu review será, assim chamado, bem imparcial, perigando inclusive a incomodar por ventura algum fã. E olha que eu assistia a antiga série quando criança, e lembro-me bem que a achava legal, nada muito surpreendente, apenas legal, como as demais séries de ficção científica da época: Buck Rogers, Perdidos no Espaço, e em especial Galactica :-)

Os filmes eu vi todos, mas só gostei realmente do primeiro, a ideia do "V-GER" foi sensacional, apesar dos fãs aparentemente não terem gostado. Fazer o que, né? Gostos diferentes.

Neste novo filme, como está meio na moda, voltamos a estaca zero da estória, ou melhor ainda, antes da estaca zero, conhecemos a dupla principal nos seu vinte e poucos anos. E a maneira como isto foi conduzido é de uma simplicidade brilhante, muito bem bolada. Afinal, tratando-se de uma ficção, basta voltar no tempo e criar uma realidade alternativa, que então o futuro deixa de existir e podemos começar tudo de novo modernizando a série e atrair novos fãs.

Mas diferentemente dos demais, este filme deixa um pouco a filosofia de lado e parte para se focar mais em ação e tendo essa parte da academia e frota lembrou-me um pouco de Tropas Estelares. J.J. Abrams (diretor) abusa um pouco de cenas onde a câmera focaliza a pessoa a beira de um precipício, provavelmente coisas que ele aprendeu quando fez Missão Impossível III. Não precisava fazer isto tantas vezes. E como disse um amigo meu, esse sim, Trekkie, o filme virou um bangue-bangue espacial. Com cenas forçadas de ação bem como algumas pastelões demais.

Infelizmente, apesar da excelente atuação de Eric Bana, o filme peca pela falta com um vilão que dê sentido a estória, a ideia de um cara vir do futuro pra se "vingar" de Spock simplesmente não "vinga". É querer imitar a ira de Khan, mas soa muito forçado.

Vale a pipoca, e para relembrar tempos antigos, sem ofender a nenhum fã, mas abre portas para gerar grandes estórias. Esperamos para ver isso.

Alias, os atores, estão ótimos, desde a caracterização a atuação. Parabéns a eles. ;-)

Minha nota: 7,5. Esperei mais.
Star Trek - Trailer

domingo, 10 de maio de 2009

Li O Segredo

Saudações a todos,

Num momento de tédio de final de semana, fui apresentado à este pequeno livro que já muito havia ouvido falar, e portanto lhe resolvi dar uma chance.

O tal segredo do título não é segredo para ninguém:

Pensamentos negativos não trazem nada de positivo
Acredite e receberás


Humm, ok. Só isso? O livro passa da primeira à ultima página repetindo a mesma coisa de maneiras diferentes e por pessoas diferentes.

Acredite fortemente em algo que o Universo vai dar um jeitinho de lhe dar. Inclusive ele cita o fato de se você pedir e realmente acreditar que irá receber um cheque pelo correio, podes ficar tranquilo, que lá ele estará.

O principal problema que vejo no livro, é a sua visão capitalista, em muitas partes parece que seremos felizes por alcançar aquilo que queremos: Dinheiro, um carrão, e um ótimo relacionamento. E isto é muito fácil de conseguir, basta acreditar que vai.

Não discordo da autora em termos que precisamos do pensamento positivo, inclusive acho que você meu caro leitor já deve ter alguns nomes na cabeça como possível recebedores de livro como presente. Aconselho, se conheces alguém que esta "para baixo", um livro desse pode ajudá-lo a erguer um pouco a cabeça. No demais continua sendo mais um livrinho bonitinho de auto-ajuda, ou melhor, de auto convencimento. ;-)

Minha nota: 6,5 Talvez eu dê uma chance ao DVD. Aliás, esse vídeo abaixo é bem melhor que o mais que batido Filtro Solar.

O Segredo

terça-feira, 5 de maio de 2009

Assisti Contos do Cargueiro Negro

Olá a todos,

Zack Snider filmou o infilmável Watchmen, mas a graphic novel não parava por aí. Existe uma estória dentro da estória, explico:

No original, como heróis mascarados tornaram-se reais, a venda de gibis praticamente acabaram-se, restando algumas poucas com estórias de piratas. E ao ler Watchmen, sempre que aparecia a banca de jornais onde mostrava-se a manchete do dia, víamos um rapazinho sentado no chão lendo um desses gibis de pirata (note que a cena aparece no filme, ele está lá). E quando essa cena passava, a graphic novel passava então a contar a estória que era lida por este rapazinho, logo, tínhamos outra estória dentro da estória. Sacaram? ;-)

Como o roteiro já estava imenso, longas brigas para deixar certas partes de fora (esperamos angustiados pelo lançamento em DVD da versão do diretor com 3 horas de duração), mais o orçamento apertado, ficou decidido que Contos do Cargueiro Negro seria feito em animação (existem citações que Zack Snider queria usar a técnica de 300 de Esparta com atores, mas aí só essa parte iria consumir pelo menos 20 milhões de dólares). Tal animação acabou sendo lançada diretamente em DVD.

Hoje ao ir na livraria, lá estava ele: Contos do Cargueiro Negro, que apesar de ter censura 18 anos, estava junto dos DVD's infantis (os caras nem olham, é desenho? É infantil, pronto). Se uma criança ver uma estória onde uma jangada é montada com restos de corpos humanos, vão ter pesadelos até a idade adulta.

Mas voltando, apesar de ser animação, ela esta impecável, misturando uma série de técnicas, das convencionas (background fixo) com computação gráfica (o mar). Som perfeito. A voz do capitão sendo angustiosamente interpretada por Gerard Buttler (Sim, o Rei de Esparta em 300).

É contada a estória, praticamente em monólogo, do Capitão que sobreviveu ao ataque do tal Cargueiro Negro, e precisa achar uma maneira de chegar logo de volta a sua vila (que seria o próximo alvo) para salvar sua família.

Apesar de curto é envolvente e bem mais interessante que a versão original na graphic novel, pois nesta mídia vemos a estória toda de uma vez, sem tempo para respirar. E no original ela é contada a conta-gotas não chegando assim a chocar tanto.

E eis que recebemos mais uma grata surpresa: Sob o Capuz.
Imagine-se assistindo um documentário na televisão no início dos anos 80, que passa um flashback de 1975 sobre os MinuteMen, com direito a intervalo comercial. Aplausos! Aplausos!

Neste documentário, o âncora do programa, entrevista Hollis Mason, o Coruja Noturnal original, sobre o livro [Sob o Capuz] que ele lançou após se aposentar como vigilante mascarado.

Neste documentário tudo foi feito com tanto cuidado, onde inclusive parece ser real. Temos também entrevistas com a Espectral (a primeira), e pasmem, com os vilões Moloch e Grande Figura. Perfeito, estou sem palavras. Mais aplausos!

Minhas notas: 9,5 para Contos do Cargueiro Negro e 10 para Sob o Capuz
Compra mais do que obrigatória para os fãs da obra original e para aqueles que querem conhecer um pouco mais do filme. ;-)

Tales of the Black Freighter Official Trailer

Under the Hood

sábado, 2 de maio de 2009

Li A Sombra do Vento

Olá a todos,

Confesso que estou impressionado, numa época onde livros ditos "literatura de aeroporto" que nos entopem de leitura fácil e sem muita emoção, eis que me deparo com um digno exemplar da verdadeira literatura.

O texto é complexo, intrigante, com muitos momentos de suspense e terror que me fizeram lembrar do jogo para PC Phantasmagoria. A descrição da antiga mansão da família Aldaya é apavorante. Leia a noite antes de dormir :-)

Na estória o filho de um livreiro (Daniel) é levado pelo seu pai para conhecer o Cemitério dos Livros Esquecidos, um local onde são guardados livros de maneira que não desapareçam por completo. Um conceito ao mesmo tempo interessante e curioso, será que existem tais lugares? Onde as obras criadas estão protegidas da total extinção?
Logo ao entrar, lhe é oferecido que escolha um livro qualquer, após passar por todo aquele labirinto que o faz lembrar do mito do Minotauro, ele encontra o livro A Sombra do Vento escrito por um tal de Julián Carax. Após a leitura, ele passa a ficar obcecado por esta obra e seu autor, tentando assim descobrir por que quase ninguém se lembra dele e é praticamente impossível achar outro exemplar, e parte então numa investigação para descobrir o que houve. Então ele se encontrar com uma figura estranha, um tal de Lain Coubert, que esta queimando todos os exemplares que foram impressos do Julián Carax. E o exemplar que ele tinha em mãos era o último. Qual seriam os motivos por trás disso?

Com o passar da investigação passamos para a estória dentro da estória, a cada pessoa que se lembra de alguma coisa, vai contando em flashbacks o que ocorreu num passado cheio de tragédias e complicações.

Devo dizer também que o personagem coadjuvante, Fermin, rouba completamente a cena em vários momentos com sua sagacidade e irreverencia. Excelente contrapeso ao suspense criado.

O livro realmente surpreende, linha a linha, página a página. Não é possível largá-lo. Praticamente não passei por uma página onde lia um frase de impacto, tipo: O livro que lemos é um espelho de nossa alma.

Guillermo Del Toro, se por acaso estiveres lendo este post (quem sou eu para achar que Guillermo Del Toro vai ler meu blog), filme este livro. Não consigo imaginar outro diretor que consiga levar esta obra para as telas do cinema com a fidelidade necessária. Até vou lhe pedir em espanhol:

Guillermo Del Toro, por favor, haga una película de este libro: La Sombra Del Viento.
Minha nota: 9 Já vai pra lista dos meus favoritos ;-)

Não vejo a hora de ler a prequel lançado recentemente: O Jogo do Anjo

La sombra del viento

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Li A Cabeça de Steve Jobs

Olá a todos,

Difícil tarefa essa de fazer um review sobre um livro que trata da personalidade de uma pessoa conhecida. Como deixar de a pessoa de lado, e focar-se somente no livro?

Mas vou tentar:
O livro é excelente, no ingrato trabalho de expor de maneira sucinta e objetiva em apenas 8 capítulos, como uma pessoa (um gigante na minha opinião) pensa e conduz suas empresas de maneira a torná-las um sucesso.

O livro não é técnico, ele foca nas pessoas em geral, se você fabrica qualquer produto, seja ele sapatos, cosméticos, ou qualquer outra coisa, vai ter muitas lições aprendida com a sabedoria passa por aquelas páginas.

Confesso que em alguns momentos o livro me trouxe boas recordações, para que não sabe, meu primeiro computador foi um Apple II que ganhei dos meus pais, e esse computador foi projetado, vislumbrado, criado da Cabeça de Steve Jobs. Sim, eu sei que o geek por trás da parte técnica foi o sócio dele: o outro Steve :-), o Steve Wozniak. Mas foi ele que teve a ideia como o computador deveria ser. Foi ele quem imaginou o computador na casa das pessoas. Ele não estava pensando nas empresas como cliente e sim as pessoas. Olha ele aqui:



Em vários momentos, o meu lado geek quis ter mais detalhes técnicos, mas não é com esse objetivo que o livro se propõem, e sim, como a pessoa imaginava a experiência do usuário ou consumidor, como seria a sensação ao tirar da caixa (sim, até nisso ele pensava).

Como alguém consegue criar tantos objetos do desejo? Ele apenas criou o Apple, o iMac, o iPod, o iPhone, sem contar que ele também foi CEO da Pixar! Sim, ela mesma! O estudio de animação por computador que não passa um ano sem lançar um tremendo sucesso no cinema. Como ele consegue? Até conseguiu emprentar um cancêr no pâncreas. :-O Ele não deve ser humano, só pode.

Eu gosto da seguinte frase de sir Isaac Newton: Se pude ver mais longe que os outros, foi por estar apoiado sobre o ombro de gigantes.
Ler um livro como este que nos mostra como é a mente de um gigante, de alguém que fez a diferença no mundo, nos faz enxergar mais longe.

Ninguém melhor para falar disso que o próprio Steve Jobs, estou anexando à este post o discurso que ele fez numa formatura na Universidade de Stanford, onde ele conta apenas 3 estórias.

Minha nota para o livro: 9. O autor se repete as vezes e nos dá a sensação de ter esquecido de virar a página.
Minha nota para Steve Jobs: quem sou eu para dar uma nota a ele? Tenho que me curvar diante a sua presença e genialidade.

Steve Jobs em Stanford [parte 1]

Steve Jobs em Stanford [parte 2]

terça-feira, 21 de abril de 2009

Bloqueio e Memória

Olá a todos,

Já é a terceira vez que abro o editor de posts para escrever alguma coisa sobre qualquer coisa. Mas estou travado, com bloqueio.

O que fazer num momento como este? Eu gostaria sempre ter algo interessante para escrever, mas infelizmente querer não é poder e muito menos ter. Portanto iniciei a escrever a esmo, esperando que de uma quantidade aleatória de palavras, alguma obra venha a aparecer por mais improvável que isto seja.

Qualé a tua Universo? O que será que queres de mim? Preciso me esforçar mais? Nada nunca é suficiente? Estamos sempre correndo e correndo. Mas para onde? Com qual objetivo? O mundo é redondo, logo quanto mais andamos, mais passamos pelo mesmo lugar. E de novo e de novo, e assim eternamente.

No episódio de Æon Flux (série animada da antiga MTV Liquid Television) chamado Reraizure (reanimação), existem pequenas criaturas chamadas Narghiles, que são imortais. Dentro dessas criaturinhas (lembra um mistura de tartaruga com texugo), tem uma pequena pérola que pode ser consumida ou engolida por humanos, só que ela carrega uma droga chamada Bliss (Felicidade), o que os tornam bichinhos ao mesmo tempo adorados e odiado.


Ok, mas de que maneira esta droga trazia a felicidade? Simples, ela apagava completamente a mente da pessoa que a tomava, amnésia total. Pois são as nossas lembranças que barram a nossa felicidade. Como disse William Shakespeare: Lamentar uma dor passada, no presente, é criar outra dor e sofrer novamente.

Frase interessante essa dele, lamentar ou lembrar dores passadas, acabam criando novas dores no presente e assim continuamos a sofrer até que consigamos esquecer.

A nossa memória. Quão maravilhosa esta função do nosso cérebro, ela pode ser nosso céu, mas também nosso inferno. E não adianta nem dormir ou sonhar, pois lá ela está nos controlando, conduzindo e nos julgando.

E para finalizar, volto ao episódio Rezaizure da Æon Flux que termina com a seguinte fala:

Não somos o que lembramos de nós mesmos.
Só podemos desfazer os que os outros já esqueceram.
Aprenda com os seus erros... Para que um dia possa repeti-los de forma precisa.
Pare. Apague.


Aeon Flux Opening

sábado, 11 de abril de 2009

Li o Essencial do Alcorão

Olá a todos,

O Islã sempre gera uma certa aura de preconceitos aqui no ocidente, principalmente após o fatídico dia 11 de Setembro que por muito tempo será lembrado (os americanos não vão nos deixar esquecer disso tão cedo). Portanto resolvi lê-lo. Inclusive me perguntaram se eu estava afim de jogar um avião em algum lugar. Alá, perdoe-os porque não sabem o que dizem nem o que pensam.

O Alcorão é um livro de orações, versos, e ensinamentos que complementam as já conhecidas escrituras sagradas, como a Torá e a Bíblia, sendo inclusive citados diversas vezes o profeta Jesus como um enviado de Deus para trazer o evangelho aos homens.

Em nenhum momento o livro incita violência ou guerra, muito pelo contrário, ele fala de caridade, de amor ao próximo, inclusive meio que ameaçando os que não assim agirem.

No Alcorão, Deus é descrito como causa de tudo e que tem o conhecimento de tudo o que ocorre. Se chove, se a plantação deu frutos, tudo vem Dele e por Ele.

A suras ou suratas (como são chamados seus capítulos), são de certa forma repetitivos, pois o ensinamento básicos de todas elas é praticamente o mesmo: Deus é onisciente, onipresente e todo poderoso, ou seja, o mesmo que é ensinado pelas demais religiões ocidentais.

Segue a início (sura 1):

A Abertura
Em nome de Deus, o Compassivo, o Misericordioso

Todo o louvor pertence a Deus,
Senhor de todos os mundos,

o Compassivo, o Misericordioso,

Soberano do Dia do Juízo.

É a Ti que adoramos,
e a Ti imploramos auxílio.

Mostra-nos o caminho reto,

o caminho dos que salvastes,
não o dos que castigastes
nem o dos que se extraviaram.

De acordo com o autor, Thomas Cleary, "A Abertura" é por vezes comparada à oração do Pai-Nosso de Jesus, em virtude de sua popularidade.

Bom, sinceramente, não compreendo o chamado fundamentalismo no qual os noticiários falam de guerras santas, infiéis, homens-bomba, etc... Pois basta ler o livro, nele só existem belas palavras tal qual o Novo Testamento, onde devemos buscar a fé e a beleza de Deus em tudo que é criado. O livro apenas prega que sejamos pessoas melhores e em Deus vivamos. Talvez falte um pouco de leitura a estes fundamentalistas para que deixem o ódio de lado.

Infelizmente, tal como a Bíblia, cada um interpreta as escrituras à sua maneira; a minha interpretação é de um livro que apenas prega que Deus é a causa primária de tudo, e que ele é infinitamente misericordioso.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Religião: Agnóstico

Olá,

Para os que acessam regularmente o Orkut, notaram que alterei a minha religião para Agnóstico, portanto irei explicar o motivo de tal modificação.

Sempre estudei muito, e bota muito nisso, as diversas religiões e culturas que cercam o nosso planeta, inclusive assinava a extinta Revista das Religiões, que não "puxava a brasa para qualquer sardinha" de qualquer religião, apesar de focar-se um pouco mais nas chamadas religiões cristãs.

Mas voltando, algumas pessoas confundem os agnósticos com os ateus. Então vamos para a definições de cada um no meu adorado e pesadíssimo dicionário Houaiss*:

Ateu: que ou que não crê em Deus ou nos deuses; Ateísta. - Houaiss

Ok, então entendemos que ateu é ou são aqueles que não acreditam num deus. E agora, o agnóstico:

Agnóstico: relativo ao agnosticismo ou que é seu partidário ou seguidor. - Houaiss

Ah, tá! Essa definição não disse nada com coisa alguma! Pô, meu querido dicionário, não me deixa na mão! Vamos então ao que significa agnosticismo:

Agnosticismo: Doutrina que reputa inacessível ou incognoscível ao entendimento humano a compreensão dos problemas propostos pela metafísica ou religião (a existência de Deus, o sentido da vida e do universo etc.), na medida em que ultrapassam o método empírico de comprovação científica. - Houaiss

Bom, melhorou bastante, mas o que significa isto? Depois de ler, e ler, e ler; meditar, meditar e meditar; cheguei a seguinte conclusão: Nossa mente não é capaz de responder a essas questões. Esse assunto é debatido pelos filósofos desde o tempo de Sócrates e Platão e ainda não temos qualquer resposta plausível. Essa foi uma conclusão minha, sem nenhuma influência externa, apesar de toda doutrina recebida, e todas as leituras efetuadas.

Quando resolvi buscar na internet sobre esse ponto de vista, descobri que um tal de Thomas Henry Huxley em 1876 tinha chego na mesma conclusão, definindo assim com agnóstico aquele que acredita que o problema fundamental (sentido da vida, do universo e tudo mais) não tem como ser resolvido pelo simples motivo de não termos capacidade para tanto.

No livro O Guia do Mochileiro das Galáxias, um computador passa mais de sete milhões de anos tentando responder a esta questão e a resposta foi..., bom, qualquer nerd sabe a resposta.

Esses tempos me perguntaram de que religião eu era, e respondi: - Sou multi-religioso.
Acho que essa resposta é mais intrigante que a do ser agnóstico, pois a maioria das religiões tem a plena certeza de ser a "dona da verdade verdadeira", logo ser multi-religioso é absolutamente contraditório. E que disse que é lógica funciona em todos os casos? Até na matemática temos o número imaginário ;-)

Volto ao assunto nos próximos posts, até. Fiquem com Deus.


*Dicionário Houaiss © 2001 by Instituto Antônio Houaiss

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Divagações

Olá a todos,

A vida continua como sempre, com seus altos e baixos, e no fim é apenas uma questão matemática: A soma-se os altos e subtrai-se os baixos, aí vem o resultado: Positivo ou negativo?

Ouvi a seguinte frase muitas vezes: "Acho que joguei pedra na cruz." O que será que a pessoa quis dizer com isso? Que estava presente em Gólgota à dois mil anos atrás e até hoje está pagando por isso? Talvez sim, talvez não. Como diria o Dr. Manhattan: A vida é superestimada. É muito fácil quando o mundo externo a nós não esta bom, e então colocarmos a culpa nas mais diversas coisas, mas será que nos incluímos nestas coisas?

Eu não lembro de ter assistido a crucificação, portanto se algo não esta bom, eu deveria ser responsável por isso? Afinal, não são os incomodados que tem que se mudar? Você já tentou mudar alguma vez? Ou preferiu ficar preso à uma situação culpando algo pelas coisas não estarem bem?

Recentemente li um livro (não fiz review dele aqui) chamado Quem me Roubou de Mim? Neste livro fala sobre como temos nossa subjetividade sequestrada por outras pessoas e até por situações onde somos incapazes de sair e nos tornar pessoas.
Tornar pessoas? Essa frase ou pergunta é realmente intrigante. O que é ser uma pessoa? O que é ter a sua subjetividade; a sua individualidade; ser quem você realmente é.

Eu uso com certa frequência a frase "sair do armário". Infelizmente as maioria das pessoas interpretam isto como sendo assumir a homossexualidade, o que na minha opinião esta incorreto, mas é interpretação dada. Pra mim sair do armário é deixar de se esconder e assumir publicamente quem e o que você é, independente do que isso signifique. Esses dias conversei com um colega meu e ele assumiu ser ateu, mas que escondia isto das pessoas por medo de discriminação, e eu delicadamente respondi: saia do armário, assuma quem você é e quais são as suas opiniões sobre isso. (como eu gosto de discutir religião, sempre tive curiosidade de conversar com um ateu) (se você esta lendo isto, fica frio, não revelarei sua identidade).

Subjetividade, pessoa, coisas ruins..., tudo nos leva a pensar e meditar. Será que realmente jogamos pedra na cruz? Será que continuamos a jogá-las? Será que sou uma lembrança ruim para alguém? E assim caminhamos mais um pouco a cada dia, um passo de cada vez.

As vezes penso na teoria do cérebro no barril de Hilary Putnam, onde tudo não passa de mera imaginação nossa, da nossa subjetividade. Citando novamente Dr. Manhattan, a vida é uma névoa, e as pessoas, sombras dentro dela.

Complicado? Acho que não. Abstrato? Talvez. Mas no fim, tudo não passa dos Meus Pensamentos.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Assisti As Crônicas de Sarah Connor

Olá a todos,

Terminei de assistir à primeira temporada da série O Exterminador do Futuro: As crônicas de Sarah Connor. Logo de cara dá para perceber o respeito e o cuidado que a série tem com relação aos dois primeiros filmes, sendo praticamente uma homenagem à criação de James Cameron. O melhor que fizeram foi ignorar quase que totalmente o sofrível terceiro filme de 2003, tanto que encontrei referências de que esta série seria o novo "T3".

A estória continua a mesma, Sarah vive com seu filho John (futuro líder dos humanos contra as máquinas), aí vem do futuro um exterminador "mau" para matá-lo e um exterminador "bom" para protegê-lo. Ok, nada de novo aí, mas para uma pessoa como eu, fã dos dois primeiros filmes, ficar achando a quantidade de referências sutis, é toda uma diversão à parte. Pena que fora Lena Headey (a rainha de Esparta em 300), os demais atores sejam demasiadamente amadores. O exterminador T-888 conseguiu ser pior que Arnold Schwarzenegger na atuação. Imagine a cena: você é um ator ruim que não consegue expressar nenhuma emoção, e precisa interpretar um robô que não tem expressão nenhuma; na teoria perfeito, na prática um desastre quase pastelão.

O John Connor e a Cameron Philips (Exterminadora "boazinha", mas com problemas de consciência androide) vivem o dia a dia na escola como se estivessem fazendo teste de atuação para conseguir um papel secundário em Malhação.

As péssimas atuações são compensadas pela boa e bem amarrada estória que esta sendo contada. O que fica a sensação de querer ver mais. Pena que foram apenas 9 episódios, mas a segunda temporada conseguiu 22, mas ainda não há previsão de lançamento do box de DVD, o jeito é esperar, mas não muito pois Terminator Salvation está quase aí nos cinemas. ;-)

Minha nota: 7, boa estória, péssimas atuações

"Escute e compreenda! Aquele exterminador está lá fora. Não aceita negociar! Não pode ser chamado à razão! Não sente pena, nem remorso, nem medo! E não vai absolutamente parar, nunca, até você estar morta!" - Kyle Reese para Sarah Connor


The Sarah Connor Chronicles

segunda-feira, 16 de março de 2009

A bússola da filosofia

Olá,

O que será que define a filosofia? Se pegarmos a palavra em grego, filosofia é "que ama a sabedoria". Ok, entendi que amar a sabedoria é ser um filósofo, e será que isto pode ser útil para alguém? Nos meus pensamentos procuro respostas, e para obtê-las, é necessário saber. Mas saber o quê? Leio um livro após o outro, como vocês tem acompanhado neste blog, e será que assim tenho sabedoria? Sabedoria pode ser comparada com conhecimento?

Sempre utilizo uma frase: -Eu sei o que sei, mas não sei o que o outro sabe. O que quero dizer com isto? Que sempre temos algo a aprender com o outro, não importa que seja, não importa se tem um diploma de doutor ou se é um analfabeto, eles sempre saberão algo que não sei, e assim aprendo mais um pouco.

Todo dia me pergunto: O que aprendi hoje? Qual o novo conhecimento que adquiri? Seria eu uma representação de uma rede neural em constante evolução? Preciso de mais conhecimento, mais. Como uma alma em busca de si mesma.

A habilidade de agir corretamente e no momento correto. Esse é o grande objetivo que todos nós buscamos, até aqueles que não sabem o que procuram, estão na verdade procurando esta habilidade, mas ela esta escondida muito longe dentro de nós mesmos, e o conhecimento adquirido dia após dia serve de bússola para localizarmos essa nossa habilidade dentre tantas outras.

Alguns dizem que a pessoa nasce com um ou mais dons; não acredito nisso. Nascemos com todos os dons, estão todos lá esperando serem acionados e assim tornando nós mesmos sábios, filósofos, músicos, cientistas, e finalmente parte do todo, de tudo e do nada. Uma peça do cosmos em perfeito equilíbrio de força antagônicas tal o yin yang.


The Child in Us

quarta-feira, 11 de março de 2009

Li Há dois mil anos

Olá a todos,

Terminei de ler o livro Há dois mil anos de Chico Xavier. O livro foi publicado inicialmente em 1939, logo imaginem a grafia que fui submetido, parecia as antigas aulas de português onde tínhamos que ler vários livros de várias épocas, só não utilizei o dicionário diversas vezes, porque o meu fabuloso Houaiss é grande pra burro, e dá preguiça consultá-lo (cada vez que faço isso desenvolvo um pouco mais meu bíceps).

Ok, voltando ao livro (aos poucos você se acostuma com a gramática antiga). O livro conta a estória do senador romano Publius Lentulus, que vive justamente na época de Jesus Cristo, inclusive ele tem um breve encontro com o messias, onde sua filha é então curada. Publius é também amigo de Pôncio Pilatos, e acaba acompanhando um pouco de longe o momento da crucificação. Sua mulher Lívia, acaba por se converter ao cristianismo e tenta interceder por Jesus, mas como todos sabemos, não foi bem sucedida.

Após este trecho, a estória se perde um pouco, continuamos acompanhando a vida do senador e a busca por seu filho desaparecido (raptado), mas não acrescenta muito à narrativa.

Muitas vezes me senti um pouco perdido durante a leitura, como se não soubesse mais sobre o que estava lendo, pois em alguns momentos acompanhamos sua filha e genro, e os nomes romanos não ajudam muito para a compreensão geral da estória.

O final é tocante, e nos faz pensar um pouco na vida e valores que damos as coisas. Sem tentar ser doutrinador, o livro é ecumênico, não preocupe-se se ele não foi escrito pela sua religião, ele se atem apenas aos valores cristãos pregados por Jesus.

Minha nota: 6, o terceiro quarto do livro é confuso e as vezes chato, mas não chega a prejudicar a obra. Talvez eu venha a ler a continuação: 50 anos depois.

Achei esse audio no youtube: mas a voz do cara parece que ele tá contando uma estória de terror, inclusive com uns barulhos de fundo:

Há 2000 Anos - Capítulo 01