terça-feira, 25 de novembro de 2008

A nossa natureza

Olá a todos,

Vou contar uma estória para vocês que num desses dias um amigo meu que está longe me lembrou (fui eu mesmo quem contou para ele em 1993):

Certa vez, um escorpião viu um sapo que estava na beira de um grande rio.

O escorpião, que precisava chegar do outro lado e não sabia nadar, aproximou-se e falou:
- Olá Sapo, você poderia me carregar até a outra margem deste rio tão largo?

O sapo respondeu:
- Só se eu fosse tolo! Você vai me picar, eu vou ficar paralisado e vou afundar e morrer.

Disse o escorpião:
- Isso é ridículo! Se eu o picasse, ambos afundaríamos e ambos iriamos morrer.

Confiando na lógica do escorpião, o sapo concordou e levou o escorpião nas costas, enquanto nadava para atravessar o rio.

No meio do rio, o escorpião cravou seu ferrão no sapo.

Atingido pelo veneno, e já começando a afundar, o sapo voltou-se para o escorpião e perguntou:
- Por quê? Por quê fizeste isto? Agora iremos ambos morrer.

E o escorpião respondeu:
- Não posso evitar, essa é a minha natureza.

Essa estória eu vi no filme Traídos pelo Desejo de Neil Jordan, ela é contada em dois trechos: Jody conta para Fergus que no final conta para Dil. Quem não viu esse filme e desconhece seu segredo, esta perdendo uma das grandes obras do cinema.

Mas voltando a esta fábula, ela fala da nossa mais profunda natureza e que não conseguimos lutar contra ela. E por que contei ela? Isso eu irei entrar em post futuro.

Boy George The Crying Game

domingo, 23 de novembro de 2008

A chuva e eu

Olá meu caros leitores,

Gostaria de lhes dizer que apesar da minha predileção por dias chuvosos, não sou culpado pela chuva que assola o nosso estado. No meu quarto não tem uma chave que liga e desliga a chuva. Talvez por eu tanto gostar deste tipo de dia, meus colegas, amigos e conhecidos acham que devo estar vivendo os meus dias mais felizes.

Apesar de saber que nestes dias encontramos com o nosso âmago com muito mais profundidade, sei que lá fora existem pessoas que neste momento estão sofrendo e pedido "um tempo" para o tempo, e me sensibilizo por elas.

Mas se o universo esta fazendo isso, é porque foi necessário, a limpeza que esta ocorrendo do ar e dos nossos sentimentos só será sentida em momento futuro. Mas fiquem tranquilos, assim que as borboletas pararem de bater as suas asas, a chuva irá parar também.

E neste momento os céus irão se abrir e a luz renovadora do Sol voltar a brilhar sobre nossas vidas. Nada que ocorre, ocorre sem um fim. Aguardem e confiem, o Sol continua lá em cima.

Ritmo da Chuva

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Assisti 007 - Quantum of Solace

Olá a todos,

Já fazia um bom tempo que não ia ao cinema, as sensações da abstinência já estavam aparecendo. :-)

Ok, mas vamos ao filme. Logo de cara, após o leão da MGM aparecer (Esse leão deve estar com uns 200 anos já), já somos logo atirados em uma cena de perseguição de carros que deixaria Vin Diesel morrendo de inveja. Após essa parte vem mais um daqueles chatérrimos videoclips de abertura dos filmes de 007 (o interessante é que parece que ficam mais longos a cada nova estréia).

Depois tudo desanda... puxa, eu botava a maior fé nesse filme, depois da reinvenção da franquia em Cassino Royale, mas não. O que vi foi James Bond tentando imitar outro J.B.; sim, ele mesmo; Jason Bourne. Qualé? Perderam completamente a identidade do personagem; sim, concordo que o modelo truculento ficou melhor, mas o filme não é sobre um agente da MI6, é sobre um cara vingativo e homicida que sente a perda da namorada do filme anterior, Vésper (Eva Green). Fora uma ou outra cena de ação, o filme é sonolento. Pela primeira vez vi minha namorada dormindo no cinema (e foi mais de uma vez). São várias cenas de ação completamente gratuitas (parece que reclamaram que faltou no anterior), e as cenas dele correndo, pulando entre prédios, janelas, escadas e tudo mais, está mais para um praticante olímpico de parkour. Vai entender. Onde foram parar o smoking e o dry martini?

Uma coisa chamou a atenção, apesar do filme ter sido co-produzido por americanos, a quantidade de criticas e alfinetada nos EUA é impressionante, beira a provocação. Por exemplo, os vilões só aceitam o pagamento em euros, pois o dólar anda muito ruim ultimamente.

Nota: 6, pareceu mais longo que E o vento levou..., e no fim não sei direito qual foi a estória :-/


Quantum of Solace Trailer

sábado, 15 de novembro de 2008

Nada

Saudações,

As vezes não sei o que me leva a escrever; sinceramente, não faço a mínima idéia porque estou digitando e nem de qual assunto vou escrever.

Talvez sejam as mudanças que vem acontecendo, hoje sou uma pessoa diferente, e esta diferença eu compartilho com esse blog. Se alguém ler, tudo bem, como já disse antes, não é meu objetivo escrever para ninguém além de mim mesmo. Procuro aqui deixar palavras registradas, não sei se um dia esse site continuará a existir (nota para mim mesmo: descobrir se dá para fazer backup :-). O legal é que as vezes sento em frente ao computador e começo a ler posts antigos de meses atrás, acho que eu sou o maior fã do meu blog depois da minha mãe, creio que ela entra todo dia para ver se tem post novo. Não sei se ela vai gostar de saber que contei isso, amanhã irei descobrir.

Sim, novamente um post sobre absolutamente nada, e daí? Será que preciso ficar me cobrando em sempre ter algo interessante para escrever? Talvez algumas pessoas mais chegadas venham a me questionar se nada de bom tem acontecido na minha, pois posso responder com todas as palavras: sim, coisas boas tem acontecido, e mais coisas boas aparecem a cada dia, algumas posso vir a compartilhar com vocês, outras não (sou uma pessoa reservada). A maioria absoluta das pessoas não me conhece, pois apenas mostro uma parte para cada uma, na empresa sou o profissional, na escola, o professor, na rua o misterioso, em casa, um cara fora da casa :-)

A dois posts atrás, me disseram que fui muito enigmático, tomei como elogio, gosto de deixar coisas no ar e deixar as pulgas acharem seus lugares atras das orelhas certas. Talvez algum dos textos tenham um objetivo em especial, outros não. Como disse no primeiro parágrafo, estou simplesmente escrevendo enquanto o sono já vem batendo. Pode ser chato de ler, pode ser estranho palavras sem objetivo, mas de novo, e daí? Eu escrevo pra mim, e não para as orelhas nas quais coloco as pulgas do mistério.

Mas agora irei dormir, dormir é libertar a mente. Consciente e inconsciente tornam-se um só, permitindo assim um aprendizado, ou melhor, uma digestão das informações e das experiências vividas neste dia, e assim acordar um pessoa diferente novamente, pois como diz a antiga frase, cada um que passa deixa um pouco de si e leva um pouco de nós consigo. Somos então frutos da coletividade, frutos das experiências do dia a dia; e ninguém disse que seria fácil, mas pode ser se permitirmos.

Até+

Segue uma canção que gosto de ouvir na hora de adormecer:

Era - Divano

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Li A Cabana

Olá a todos,

Terminei de ler o livro A Cabana. Posso dizer que foi uma grata surpresa e realmente me surpreendi com a boa narrativa e com as questões muito bem levantadas e ao mesmo tempo tão bem respondidas (na visão do autor, claro).

Teve um momento que fui levado a lembrar a clássica cena em que Neo se encontra com o Arquiteto (Matrix Reloaded) onde ele meio que não sabe direito o que perguntar e nem entende as respostas do seu, assim dizer, criador.

O livro tem como centro uma questão interessante e intrigante: se ocorrem tantas coisas ruins, mesmo com pessoas boas, por que Deus nada faz para impedir? Acho que todos, de qualquer religião existente já deve ter feito essa mesma pergunta.

E se nós tivéssemos a chance de ficar cara a cara com Ele? Que perguntas faríamos? Iriamos agradecer ou acusá-lo? Será que nos nossos momentos de extrema raiva brigamos com Ele? Ou acusaríamos a humanidade por Ele criada sendo assim também o culpado?
No livro o personagem principal, Mack, durante a sua "Grande Tristeza" recebe na caixa de correio um convite aparentemente de Deus para passar um final de semana na tal cabana onde anos antes supostamente sua filha menor fora assassinada, digo supostamente porque seu corpo não fora encontrado, apenas seu vestido manchado de sangue.

Apesar do aparente tema trágico, o livro consegue de uma maneira brilhante equilibrar momentos de humor, angústia, beleza, emoção e suspense. Fazia tempo em que um livro não me fazia rir, tive que parar de ler por uns instantes por causa da risada :-).

No final do livro, calma não é spoiler, é citado um tal de Projeto Missy, onde leitores no boca a boca ajudam a divulgar esta obra, inclusive pedidos aos blogueiros que falem dele (eu estou aqui fazendo a minha parte). E aparentemente funcionou, pois foi parar como numero 1 dos mais vendidos inclusive aqui no Brasil. Lembram do meu post sobre o quanto os blog influenciam?

Ok, mas e com relação a religiosidade do livro? Sim, acho que o livro é mais dirigido aos cristãos, mas não notei em nenhum momento uma tentativa de evangelizar ou até de catequizar o leitor, ele apenas tenta apresentar os desígnios do Papai (como o livro chama) e a sua visão do mundo. Podes ler sem preocupações evangélicas.

Nota 9. Já está nos meus favoritos ;-)

Segue uma entrevista com o autor:

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Perguntas sem respostas

Olá a todos,

Aqui novamente estou sem um assunto definido, não sei se vocês sabiam, mas a última coisa que escrevo no post é o título, pois fora os post de reviews que eu faço, os demais eu praticamente nunca sei onde os meus pensamentos irão me levar. É como se fosse um exercício de meditação, paro em frente ao computador, esvazio a minha mente e deixo ela me levar. Enquanto isto ocorre, vou digitando as palavras que vem aparecendo. Após isto, eu leio o que escrevi e penso num título para ele.

Se algum de vocês tiverem sugestões de assunto, não se encanhem de enviar um e-mail para mim. Há alguns meses eu recebi um pedido de post no meu blog, me fizeram uma pergunta, e a pessoa que me fez essa pergunta disse para eu responder aqui. Se esta pessoa estiver lendo, caso não tenho esquecido que me fez essa pergunta, pode saber que não esqueci dela. A verdade é que até hoje ainda estou a procura da resposta.

Essa pergunta foi algo que me tocou meio fundo, me deixou um pouco desconcertado. Pois sempre pareceu que eu tenho a resposta para tudo (pelo menos é assim que muitos me enxergam), mas na verdade não tenho as nenhuma das respostas, estou a procura delas da mesma maneira que cada um de nós está.

Talvez vocês tenham ficado curiosos com relação a pergunta, talvez tenham ficado curiosos em como achamos as nossas respostas. Com relação à pergunto, ainda manterei ela em sigilo, até porque acredito que a pessoa não lembra mais que a fez, mas com relação às respostas, eu posso lhes dar algumas dicas:
  • Fique atento aos sinais. O universo todo fala com você. Mas para isso deves permitir ouví-lo.
  • Experimente. Ninguém sabe nada no início. Leia, e se ler não foi suficiente, faça.
  • Medite. A sua mente acumula informações o tempo todo, deixe ela processar e lhe ensinar.
  • Viva. Viver é aprender, e aprender é conhecer as respostas.
Até+


Loreena McKennitt- Tango to Evora

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

O tempo e o natal

Olá a todos,

Já estava à alguns dias querendo escrever sobre esse assunto. Algum de vocês já notou que mês que vem é natal? Sério, é sim, dá uma olhada num calendário por aí se tiveres coragem. É..., de novo perdemos a hora.

Albert Einstein uma vez disse que o tempo é relativo à nossa velocidade, ou seja, quando mais rápido estamos, menos o tempo passa e pensando nisto acabou criando a sua famosa teoria da relatividade geral. Mas acho que tem algo errado nisso tudo, e posso provar: Passei o ano todo correndo (logo estava em alta velocidade, tanto mente quanto corpo), e o tempo passou e nem notei. Ou seja, a conta do Einstein não fecha. O tempo passou rápido e nem vimos.

E a pergunta que fica: onde o tempo foi parar? A cada ano, o ano não dura menos que um ano. Mas se um segundo dura um segundo, como o ano foi encolher? E, pasmem, esse ano foi bissexto.

Será que na nossa pressa e nas nossas corridas, esquecemos de perceber o tempo? De olhar o tempo? De sentir o tempo? Talvez Einstein estivesse realmente certo, e nós que não sabemos "medir" o tempo corretamente, pois estamos sempre reclamando que estamos sem. Como se o tempo fosse moedinhas no nosso bolso furado, que está sempre vazio. Queremos tempo! Precisamos de mais tempo! Tempo para quê? Para podermos reclamar ainda mais que estamos sem tempo.

Mas se estamos sem tempo, será que o tempo é que nos têm? Fazemos parte dele? Talvez sejamos a corda deste relógio em que nos momentos que olhamos para o outro lado, ele dá uma corridinha, e de novo; perdemos a hora.

Sim, o natal esta aí na esquina do ponteiro do segundo. E nós o que iremos fazer a respeito disto? Vamos continuar a deixá-lo se aproximar a cada ano mais rápido? Ou deveríamos culpar aqueles que insistem em usar a frase "chega natal". Pois como os chineses dizem, cuidado com que desejas, pois podes conseguir.

p.s.: Me mandaram esse link por e-mail. Gostei e gostaria de compartilhar com vocês: Dicas para ter um Infarto Feliz


Bing Crosby - White Christmas