terça-feira, 30 de novembro de 2010

Lendo E-Books

Olá a todos, li um e-book e segue os meus pensamentos sobre esta experiência.
Primeiramente um pequeno referencial teórico:
E-Book: Livro em formato eletrônico ou livro digital. As extensões mais comuns são pdf, epub, mobi e azw, entre outras.
E-Reader: Leitor de livros eletrônicos. Equipamento específico para esta atividade.
E-Paper: Papel eletrônico. Tela que mimetiza papel impresso.
E-Ink: Tinta eletrônica. Tecnologia utilizada pelos E-Papers para formação da imagem.

Ok, agora que os itens envolvidos estão devidamente conceituados, continuemos:
Acho que a pergunta que todos fazem é a seguinte: Um e-book substitui de fato um livro convencional?
A resposta é: Estão quase lá. Bem perto mesmo.

Vamos por partes:
Eu já havia comprado antes 3 e-books técnicos, mas acabei não lendo nenhum deles.
Como são arquivos de computador, você precisa de um para poder lê-los (óbvio). Agora pense o seguinte:
Um computador desktop (de mesa) segue o paradigma da máquina de escrever: você fica sentado com as mãos no teclado e lê os dados que aparecem logo acima no monitor. Até dá para trabalhar neles, mas ler um e-book, além de totalmente desconfortável, você ganha uma bela dor nas costas.

Aliás... já ia esquecendo..., todo livro deve possuir a seguinte [e importantíssima] característica: Deve poder ser levado para a poltrona, ou para a cama! Imagine a situação de tentar levar um desktop para a sua cama. Simplesmente não dá.

Mas então vocês irão dizer que temos os notebooks. Mas estes também utilizam o mesmo paradigma da máquina de escrever (só que as portáteis). Se você utilizá-lo na escrivaninha, lá vem o desconforto e a dor nas costas novamente. Se você levar para o sofá, o calor produzido por ele é bem desconfortável para o seu colo, quando não desaconselhado. Então você vai levar o notebook para a cama e é aquele trabalho todo: achar uma mesinha do tipo de café da manhã ou específicas para este tipo de equipamento; ajeitar os travesseiros para sentar o mais reto possível, arrumar os cobertores; ... e quando finalmente consegues se acertar, nota que esqueceu de pegar alguma coisa que está do outro lado do quarto (argh!), e aí tens que sair debaixo de todo esse "acampamento" para depois entrar novamente. E por fim, quando o sono chegar, terás que primeiro arrumar tudo isso antes de poder dormir. Só irá funcionar na primeira noite, pois na próxima não haverá paciência suficiente no mundo para repetir todo esse processo.

Os tablets (computadores só de tela), que estão novamente tentando achar o seu espaço (em 2002 fracassaram), veem demonstrado que desta vez vai com o sucesso de vendas do iPad e do Galaxy Tab. Esses computadores podem ser levados para o sofá e para a cama, mas a tela deles é de LCD. E a tela LCD emite luz; o que pode cansar a visão após um certo tempo de uso. Esse tempo é variável por pessoa, algumas ao passar um certo tempo num jogo (que exige concentração) ficam com a visão cansada e olhos um pouco avermelhados. Se você está confortável com essa emissão de luz, tudo bem, não será um problema.

Agora temos os e-readers, que são uma espécie de tablets especializados, cuja função única é a de apenas ler livros. A tela deles é composta de e-paper com tecnologia e-ink. Desta maneira a tela é bem similar à um papel impresso. Confesso que quando retirei da caixa, o aparelho que comprei (Amazon Kindle), achei que tinha um adesivo colado na tela, e o pior foi ficar procurando a pontinha para poder retirá-la (lamentável). As telas e-paper não emitem luz alguma, logo o abajur da cabeceira continua sendo necessário. E como estas telas imitam muito bem o papel, são bastante confortáveis na leitura. Logo na primeira noite, li um quarto de um e-book (Brida, de Paulo Coelho), e os meus olhos não estavam mais cansados do que se tivesse lido um livro convencional. No caso do Amazon Kindle, para melhorar a forma de segurá-lo, é vendido separadamente uma capa de couro que faz com que você sinta como se estivesse realmente segurando um livro, tanto no sentido táctil, posição e o peso dele (logo a compra é meio que obrigatória).

Um item que achei interessante, mas nesse caso é uma característica do Kindle, é que quando cheguei numa determinada página, havia uma parte do texto grafada com o número 3 ao lado, indicando que outros três leitores grafaram o mesmo trecho, criando assim um certo social em torno de uma determinada obra. Quando também grafei um trecho, ele já me deu a opção de publicá-lo no twitter e/ou no facebook. Legal, gostei. Para quem gosta de usar as canetas marcadoras de texto para achar a frase em outro momento, vai adorar.

Concluindo, a experiência de ler um e-book num e-reader foi muito mais satisfatória que havia imaginado. Estava muito cético com relação a isso, mas resolvi dar uma chance. E, realmente, as sensações de estar lendo um livro convencional é alcançado por esses equipamentos, até quando você esquece que está lendo e começa a visualizar a cena que está ocorrendo (situação muito bem descrita na obra Libri Di Luca).

Mas espera aí, e os pontos negativos?
Creio que o principal ponto contra é a experiência de se estar dentro de uma livraria. Ficar olhando livro por livro, mesmo sem a intenção de adquirir algum. Olhar o catálogo na tela do aparelho é totalmente impessoal e sem graça. A não ser que já se saiba qual livro adquirir, você ficará sem parâmetros para escolher (apesar de poder ler alguns capítulos gratuitamente).
O outro ponto negativo é o orgulho que temos de observar a nossa biblioteca particular; todos aqueles livros um do lado do outro, arrumados em cada prateleira. Um diretório de arquivos no computador não consegue substituir isso.

E aqui fica uma dica se você for pensar em comprar um e-reader: Não avalie apenas o equipamento, avalie também o catálogo de livros disponíveis para ele. Se preferes títulos em inglês, ou títulos em português é um requisito para você.

E aí? Qual será o seu e-book de cabeceira? ;-)

Abraços e boa leitura.

domingo, 22 de agosto de 2010

Assisti A Origem

Olá a todos,

Assisti ao filme "A Origem", novo filme do Christopher Nolan. Pra quem não lembra, ele é o diretor dos dois últimos filmes do Batman, o que aliás O Cavaleiro da Trevas é a maior bilheteria da Warner Bros., logo é meio óbvio que iriam dar sinal verde para um filme pessoal dele (Ele escreveu, produziu e dirigiu).

Para resumir o filme em uma frase, eu diria que é um "Missão Impossível nos Sonhos". Explico: Leonardo diCaprio (o personagem principal) recebe a missão de implantar uma ideia na cabeça do espantalho Cillian Murphy, e para isso pode escolher a sua equipe. A equipe que ele montou tem: Uma arquiteta, quem monta os cenários dos sonhos; um especialista em disfarces, que pode se passar por qualquer pessoa; um químico, para criar os compostos que deixem a pessoa sedada; um especialista em explosivos e armamentos, e um turista (?) que financia a missão, ou melhor, o contratante. Cada um da equipe, como descrevi, tem um papel essencial para o cumprimento da missão. Notaram a pequena semelhança?

Apesar disso é um filme extremamente competente e tecnicamente bem detalhado; palmas para a Escada de Penrose e para o Elevador de Einstein (sem este último só notados pelos mais nerds, mas se você procurar pelo assunto na internet, vai saber de qual cena estou falando). Acredito que se assistirmos o filme mais algumas vezes, iremos achar mais alguns dessas referências :-)

Existem algumas outras estorias parecidas no cinema, e a que mais me veio a cabeça foi o filme A Morte nos Sonhos (Dreamscape) de 1984 com Dennis Quaid, talvez achem ele em VHS no fundo de uma locadora.

Com relação aos efeitos visuais, a cena mostrada no trailer da cidade dobrando-se é realmente impressionante, inclusive a melhor do filme todo.

Minha nota: 8 Esperava um final mais surpreendente, e esse era meio óbvio. Ahh! Já ia esquecendo, a trilha sonora é excelente, um show a parte ;-)

A Origem - Trailer 2 Legendado

domingo, 1 de agosto de 2010

Livros

Olá a todos,

Estava pensando sobre livros, e lembrei que a pouco tempo, estava conversando com dois caros amigos sobre uma frase de Tomás de Aquino que diz o seguinte: "Timeo hominem unius libri".

Ok, transcrevi a frase em latim só para chamar um pouco mais a sua atenção sobre o assunto, mas segue a tradução: "Temo o homem de um livro só".

Os livros que lemos ajudam à formar a nossos pensamentos, pois nele existe o conhecimento acumulado da nossa civilização, e não pense que um livro de literatura barata não tem também o seu valor. Você vai se surpreender se desse uma chance para aqueles livros que ficam na prateleira de "encalhados" na livraria. Recentemente li "A breve segunda vida de Bree Tanner", e apesar da aparente falta de necessidade deste livro existir, conseguimos compartilhar com a personagem as dúvidas sobre as estórias mitológicas que nos são contadas, e pronto mais um pouco de conhecimento, ponto de vista, pensamento de outrem passa a fazer parte de nós também.

Voltando a frase de Tomás de Aquino, o que podemos entender dela? Uma pessoa que apenas lê um único livro, vê apenas um ponto de vista das coisas, é como sempre olhar para o mesmo lado da moeda, ou como só observar as sombras no fundo da caverna de Platão. Essa pessoa pode estar de certa forma cegada pelo que leu, e achar que tem todas as respostas. Geralmente é neste cenários que nos deparamos com fundamentalistas nos mais diversos assuntos, sejam estes religiosos, políticos, culturais e afins.
Ao procurar um pouco mais, me deparei com este pequeno, mas interessante, post sobre o mesmo assunto: "Temo o homem de um livro só", onde inclusive existe uma foto impressionante de um filme de Bertolucci, dá uma olhada lá.

Eu gosto de perguntar às pessoas sobre os livros que elas leem, isso mostra muito sobre elas; inclusive acho que nos sites dos atuais candidatos à cargos públicos, deveria estar listados seus livros lidos e os que eles consideram "o seu livro de cabeceira". Isso iria facilitar um pouco na hora da escolha, pois iriamos saber o que os influenciam e guiam.

Se neste momento, não estiver lendo nada, vá á uma livraria ou biblioteca, e sem assunto definido, caminhe por entre os livros, ao se sentir atraído por algum, tente sentir o mesmo que o autor sentiu ao colocar seus pensamentos nele. Fecho o post citando um trecho do excelente livro A Sombra do Vento:
"Cada livro, cada volume que vês, tem alma. A alma de quem o escreveu e a alma dos que o leram e viveram e sonharam com ele. Cada vez que um livro muda de mãos, cada vez que alguém desliza o olhar pelas suas páginas, o seu espírito cresce e torna-se forte."

Até mais

terça-feira, 18 de maio de 2010

Um mundo mau

Olá a todos,

Tempos atrás um colega meu disse a seguinte frase (que estava citando de outra pessoa que no momento não me recordo):
- Cara, o mundo é mau!
Passei a refletir um pouco sobre isso e aqui segue os meus pensamentos:

Do ponto de vista científico:
Desde muito tempo existe a lei, ou instinto, de sobrevivência. Imagine o seguinte quadro: Existe uma pequena fonte d'água que só tem o suficiente para você e a sua família, e o defendes de todas as maneiras possíveis; pois se aparecer outro grupo de indivíduos e beber desta mesma fonte, não haverá para todos. Se você quiser sobreviver, tens que ser "mau", ou "egoísta". Trazendo esse quadro para o presente, a coisa não mudou muito, pois o instinto de sobrevivência continua nos acompanhando, seja ela no trabalho, nos relacionamentos pessoais, e outras que você mesmo pode imaginar.
Aliás, é bem comum ouvirmos a seguinte frase nos filmes: "Era ele ou eu." Provavelmente esse não parou pra pensar. E se o nosso planeta só pudesse produzir alimentos suficiente para 1 bilhão de pessoas? Será que haveria mais mal no mundo? Ou apenas indivíduos tentando sobreviver a qualquer custo?

Do ponto de vista moral:
Ser mau é cometer atos que prejudiquem outros. Se o mundo é mau, logo todos estão à prejudicar alguém? Acho um pouco difícil classificar cada ato em mau ou bom, pois teríamos que pesquisar se cada ato nosso prejudicou alguém, pois imagina o cenário: Você se superou e se destacou no ambiente corporativo, e ganhas a promoção almejada por vários, mas havia alguém entre eles que precisava desta promoção para acertar sua vida financeira. Você, sem saber, talvez tenha prejudicado alguém? Foste mau por ser um sobrevivente? Por ser o mais forte ou mais adaptado?
Aí entra a intenção de prejudicar. Se tive boa intenção, não fui mau. E o ditado popular? De boas intenções o inferno está cheio. Complicado, né?

Do ponto de vista religioso:
O mundo é mau porque existe o mal nele. Boa parte das religiões acredita num ser bom e num ser mal. O que gera um certo alívio nas pessoas, pois a culpa delas reduz em não ter conseguido resistir à influência do mal. Temos o livre-arbítrio. Aqui a divagação fica um pouco mais complicada, pois as religiões divergem em diversos aspectos, e qualquer pensamento meu irá deixar alguém descontente; portanto não serei mau.

Do meu ponto de vista:
O mundo não é necessariamente mau. Existem muitos atos que visam o bem de um único indivíduo ou grupo de indivíduos (coalizão), e para os demais isso é mau. Simplista? Com certeza. A definição de bom e mau vem do ponto de vista, logo são meramente abstratos.

Até mais, e sejam bons com o mundo e uns com os outros ;-)

domingo, 2 de maio de 2010

Morando só

Olá a todos,

Estou a mais de um mês morando só, e resolvi compartilhar aqui nos Meus Pensamentos um pouco dessa experiência.

Primeiro o que mais chama a nossa atenção é o silêncio. Sim, o silêncio. E não adianta ligar a TV, rádio, videogame, pois o silêncio está lá. Já ouvi dizer que quando estamos sós ouvimos e encaramos os nossos fantasmas, mas acho que os meus são mudos, pois nem a eles eu ouço, apesar da minha TV já ter ligado sozinha um dia, vai entender. Talvez o silêncio esteja na nossa cabeça e na nossa fala. Pois ao falar, ouvimos, e nesse caso calado nada ouço.

Outro é o momento diferente é a das refeições, você simplesmente come e pronto. Pois o ritual de se sentar a mesa é inexistente. Pois deste o princípio da história, é ao redor da mesa e das refeições onde o convívio ocorre. Temos vários exemplos disso: último quadrinho de toda estória do Asterix, cada ceia celebrada na Bíblia, e por aí vai, você mesmo pode pensar em vários exemplos.
Quando vive-se só, a mesa é uma peça meramente decorativa para quando aparecer alguma visita.

Ok, mas morar só e estar só podem ser vistos como similares? Não sei, acho que isto vai de cada um; morar só é estar só em diversos momentos, tem quem curta isso, mas existe um tempo de adaptação, que quando passa (se é que passa), pode passar a sentir-se bem. Morar só é morar com quem mais se deveria gostar, nós mesmos, e se não estiver funcionando, talvez aí esteja o problema: Será que você se dá bem consigo mesmo?

Sim, existe alguns momentos em que ficamos com uma certa angústia aparecendo vinda sabe-se lá da onde. Faz parte, pois fomos criados em tribos, e essa é a nossa natureza, e ficar contra ela sempre gera um pouco de desconforto. Voltarei ao assunto. Até.

Aqui segue uma canção de Eric Carmen sobre isso (não vá chorar):
All By Myself - Eric Carmen

segunda-feira, 15 de março de 2010

A visão do Ciclope

Olá a todos,

Sim, estou vivo, e continuo na "nuvem" (termo usado para a internet). Faz um certo tempo que não posto nada, portanto aqui vai mais um post filosófico sobre o nada, que é o princípio, o meio e, talvez, o fim.

Na filosofia discutimos a nossa necessidade de dar um sentido às nossas vidas ou achar um motivo dela existir, ou melhor, por que nós existirmos e por que queremos continuar existindo. O Homo Sapiens sempre se diferencia (pelo menos tenta) das demais espécies por que "sabe" ou "sabe que sabe". Mas deixe-me contar uma estória que ouvi no filme do Krull:

Havia um povo que queria muito ver o futuro, e um dia a Besta fez a seguinte proposta: Cada um me dê um olho, e lhes darei a visão do futuro, e assim ocorreu. Surgiram então os Ciclopes, seres mitológicos que possuem somente um olho no meio da testa. O problema é que foram enganados e o único futuro que enxergavam era o momento da própria morte. "They're sad, solitary creatures. Everyone of his race is born knowing the day of his death."

Ok, onde eu quero chegar: Como todo Homo Sapiens muito bem sabe, ele tem uma espécie de prazo de validade, ele "sabe" que vai morrer, e por isso busca um sentido para a sua vida, de forma quase que desesperada. Buscam respostas na religião, na filosofia, dentro de si, e onde mais for possível. Mas será que já pararam para observar um simples cachorro? Ou qualquer outro bicho que o Homo Sapiens considere "inferior". Eles não parecem nem um pouco preocupados, nem um pouco filosóficos, apenas vivem de acordo com seus instintos e sonhos.
Isto inclusive foi citado no filme Projeto Secreto: Macacos (Project X) com Matthew Broderick e Helen Hunt, onde o chimpanzé continua a pilotar no seu simulador após receber uma carga mortal de radiação (experimento mais estúpido).

Mas fechando: Será que o Homo Sapiens não passa de um Ciclope do filme Krull, que apenas enxerga um fim, e esquece de ver e vivenciar o meio? :-\

Até+

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Li O Símbolo Perdido

Olá a todos,

Bom, vejamos, já que é um livro do Dan Brown:
  • O personagem central é um professor universitário meio nerd. Checado.
  • Ele é ajudado por uma mulher cientista e inteligente. Checado.
  • Tem um vilão esquisito que faz coisas estranhas com o próprio corpo. Checado.
  • Alguém, que é morto ou muito machucado, serve como ponto inicial. Checado.
  • Envolve alguma tecnologia nova e não comprovada. Checado.
  • Tem alguma sociedade antiga e secreta envolvida. Checado.
  • Essa sociedade é malvada. Não checado, desta vez é só elogios. Muito estranho.
  • Vários lugares conhecidos tem símbolos bem a vista que indicam onde fica o próximo lugar. Checado.
  • Esses lugares serão visitados por turistas que leram o livro. Provavelmente checado.
  • Sir Isaac Newton é citado várias vezes. Checado.
  • Tem um policial perseguindo e atrapalhando o avanço do protagonista. Checado.
Bom, a conclusão é simples: Se você leu um livro dele, leu todos. Claro que quem compra um livro do Dan Brown é porque quer ler um livro do Dan Brown, e no meu caso também não espera diferenças.
Aqui nesta estoria o mote principal seria um Símbolo Perdido que daria acesso aos Mistérios Antigos (!), cujo conhecimento daria grande poder ao seu detentor. E os sinais do esconderijo deste símbolo foi deixado pelos maçons que fundaram os Estados Unidos, principalmente George Washington, que por sinal dá o nome à cidade onde ocorre a "maratona" deste livro, passando pelos seus principais monumentos.

Como todos os demais livros anteriores, os capítulos são curtos, a leitura é ágil e consegue lhe prender pelos primeiros três quartos do livro, depois disso, você já foi capaz de sacar a estória toda, e fica lendo apenas para chegar no final. Sem contar que em alguns momentos, a estória é interrompida para que algum personagem dê uma explicação à alguma coisa como se fosse um documentário (bocejos).

Neste caso vou dar duas notas ao livro, cada uma por um aspecto diferente:

Como leitura descompromissada, recreativa e escapista:
6. A fórmula já apresenta fortes sinais de desgaste.

Como uma obra literária:
Humm... pensando bem, deixa pra lá. Não se aplica.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Li Veronika decide morrer

Olá a todos,

Após algumas recomendações, resolvi dar uma chance para este livro o qual, no fim, me surpreendeu.

Ele me lembrou um pouco de um filme que assisti na TV numa madrugada de insônia e que no momento me foge o nome. Neste filme, durante a guerra, um soldado perde-se do seu pelotão e para se esconder do inimigo entra num hospício e "finge-se de louco", depois que a guerra termina ele sai e nota que não consegue mais se adaptar ao mundo dos "normais" e o filme termina com ele voltando ao sanatório.

Mas voltando ao livro: a Veronika do título tenta o suicídio e, para a sorte (ou azar) dela, é salva a tempo e internada num sanatório. Lá descobre que sua façanha danificou seu coração e que não tem mais muito tempo de vida.
No sanatório, ela passa a observar as diferenças entre o mundo dos loucos e dos "normais", e conclui que a loucura liberta a pessoa. Lá você pode passar o dia inteiro olhando pra parede ou para uma árvore que ninguém vai achar estranho pois, afinal, você é louco; mas se fizeres isto no mundo dos "normais", vão lhe apontar e dizer  que está louco (!). Complicado isso.

Acho que o livro deveria chamar-se Um Ensaio sobre a Loucura, pois ele te faz pensar no quanto somos tolhidos para nos ajustar a normalidade imposta por regras que ninguém mais sabe de onde vieram. No próprio livro, a personagem principal passa por momentos em que não sabe mais o que significa loucura. E será que alguém sabe? O livro dá uma definição, simples, mas pouco convincente, e que não vou contar para vocês. :-)

O livro não fica apenas na estória de Veronika, conta também as estórias de alguns outros internos que ela acaba conhecendo. Inclusive alguns que já estão livres para ir embora mas continuam lá (como o soldado do filme que assisti).
Atenção para a advogada que num momento de divagação, descreve judicialmente toda a parte da expulsão de Adão e Eva do paraíso, e como seria a defesa contra Deus, simplesmente hilário.

Quanto ao filme, ainda não vi. Portanto não posso comparar (alguns já me perguntaram sobre isso). Quando ver, incluo um comentário neste post, prometo.

Minha nota: 8 - Recomendo. O final poderia ter sido mais trabalhado.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Li O Nascimento, O Regime, O Rapto e A Vitoria Final

Olá a todos,

Terminei finalmente os 16 volumes da série Deixados para Trás, para quem não vem acompanhando o Blog, trata-se de uma ficção baseada numa leitura literal e escatológica do livro do Apocalipse.

Bom, vamos dividir esta resenha em duas partes:

Nascimento, Regime e Rapto: Estes três livros contam a estória anterior ao início da série onde inclui o nascimento do Anti-Cristo, e a sua ascensão ao parlamento da Romênia. E inclui também um pouca das estórias de alguns personagens principais do Comando Tribulação, como viviam, como ouviam estórias da Bíblia e não acreditavam muito, consequentemente Deixados para Trás.
Estes três volumes podem ofender diversas pessoas que os autores consideram praticantes de atividades anti-cristãs. Exemplo máximo (contém spoiler):
Os pais do anti-cristo serem um casal gay masculino que recorrem à um laboratório de engenharia genética para gerar o "embrião", e usando uma mulher que deixa o marido devido à um forte desejo de ser mãe, e tudo guiado por sessões mediúnicas onde os espíritos auxiliadores são da turma do Lúcifer (Satanás). Com isso os autores atacaram diversas correntes num só volume (O Nascimento). Mais politicamente incorreto, impossível. Nem o Islã escapou.
Já os trechos onde conta-se as origens dos demais personagens é do mais puro "enchimento de linguiça", chatérrimo.

Para estes três minha nota é 3,5. Só valeu pela antevisão da nova Jerusalém.

A Vitoria Final: conta principalmente o primeiro século do reinado de Jesus Cristo na Terra (que dura um milênio) após o Glorioso Aparecimento. Já no início do livro os autores avisam que a abordagem apresentada não é de concordância geral, onde as 12 tribos de Israel voltam a se formar lideradas principalmente pelo rei Davi (aquele que derrotou Golias), aparecendo inclusive conflitos com o Egito.
Neste volume os pontos altos, são quando aparecem os heróis do Velho Testamento e contam suas estórias, até o Noé apareceu, mas em grande parte esses trechos são cópias de textos bíblicos.
A Vitoria Final que dá nome ao volume, não passa de duas páginas, onde ocorre o último enfrentamento entre Jesus e Lúcifer (que é solto ao fim do milênio). Faltou imaginação, mas ficou claro que tentaram ser o mais conservadores possível.

Para este último volume, minha nota é 6.

Acho que agora posso dar um opinião da série como um todo:
Interessante, talvez não houvesse a necessidade de ser tão extensa, afinal 16 volumes demora um pouquinho para se ler. Os autores tentam de diversas maneiras traduzir os complexos textos do Apocalipse numa ficção que cabe muito bem nos dias de hoje.

Nota Geral: 6,5