segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Li Veronika decide morrer

Olá a todos,

Após algumas recomendações, resolvi dar uma chance para este livro o qual, no fim, me surpreendeu.

Ele me lembrou um pouco de um filme que assisti na TV numa madrugada de insônia e que no momento me foge o nome. Neste filme, durante a guerra, um soldado perde-se do seu pelotão e para se esconder do inimigo entra num hospício e "finge-se de louco", depois que a guerra termina ele sai e nota que não consegue mais se adaptar ao mundo dos "normais" e o filme termina com ele voltando ao sanatório.

Mas voltando ao livro: a Veronika do título tenta o suicídio e, para a sorte (ou azar) dela, é salva a tempo e internada num sanatório. Lá descobre que sua façanha danificou seu coração e que não tem mais muito tempo de vida.
No sanatório, ela passa a observar as diferenças entre o mundo dos loucos e dos "normais", e conclui que a loucura liberta a pessoa. Lá você pode passar o dia inteiro olhando pra parede ou para uma árvore que ninguém vai achar estranho pois, afinal, você é louco; mas se fizeres isto no mundo dos "normais", vão lhe apontar e dizer  que está louco (!). Complicado isso.

Acho que o livro deveria chamar-se Um Ensaio sobre a Loucura, pois ele te faz pensar no quanto somos tolhidos para nos ajustar a normalidade imposta por regras que ninguém mais sabe de onde vieram. No próprio livro, a personagem principal passa por momentos em que não sabe mais o que significa loucura. E será que alguém sabe? O livro dá uma definição, simples, mas pouco convincente, e que não vou contar para vocês. :-)

O livro não fica apenas na estória de Veronika, conta também as estórias de alguns outros internos que ela acaba conhecendo. Inclusive alguns que já estão livres para ir embora mas continuam lá (como o soldado do filme que assisti).
Atenção para a advogada que num momento de divagação, descreve judicialmente toda a parte da expulsão de Adão e Eva do paraíso, e como seria a defesa contra Deus, simplesmente hilário.

Quanto ao filme, ainda não vi. Portanto não posso comparar (alguns já me perguntaram sobre isso). Quando ver, incluo um comentário neste post, prometo.

Minha nota: 8 - Recomendo. O final poderia ter sido mais trabalhado.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Li O Nascimento, O Regime, O Rapto e A Vitoria Final

Olá a todos,

Terminei finalmente os 16 volumes da série Deixados para Trás, para quem não vem acompanhando o Blog, trata-se de uma ficção baseada numa leitura literal e escatológica do livro do Apocalipse.

Bom, vamos dividir esta resenha em duas partes:

Nascimento, Regime e Rapto: Estes três livros contam a estória anterior ao início da série onde inclui o nascimento do Anti-Cristo, e a sua ascensão ao parlamento da Romênia. E inclui também um pouca das estórias de alguns personagens principais do Comando Tribulação, como viviam, como ouviam estórias da Bíblia e não acreditavam muito, consequentemente Deixados para Trás.
Estes três volumes podem ofender diversas pessoas que os autores consideram praticantes de atividades anti-cristãs. Exemplo máximo (contém spoiler):
Os pais do anti-cristo serem um casal gay masculino que recorrem à um laboratório de engenharia genética para gerar o "embrião", e usando uma mulher que deixa o marido devido à um forte desejo de ser mãe, e tudo guiado por sessões mediúnicas onde os espíritos auxiliadores são da turma do Lúcifer (Satanás). Com isso os autores atacaram diversas correntes num só volume (O Nascimento). Mais politicamente incorreto, impossível. Nem o Islã escapou.
Já os trechos onde conta-se as origens dos demais personagens é do mais puro "enchimento de linguiça", chatérrimo.

Para estes três minha nota é 3,5. Só valeu pela antevisão da nova Jerusalém.

A Vitoria Final: conta principalmente o primeiro século do reinado de Jesus Cristo na Terra (que dura um milênio) após o Glorioso Aparecimento. Já no início do livro os autores avisam que a abordagem apresentada não é de concordância geral, onde as 12 tribos de Israel voltam a se formar lideradas principalmente pelo rei Davi (aquele que derrotou Golias), aparecendo inclusive conflitos com o Egito.
Neste volume os pontos altos, são quando aparecem os heróis do Velho Testamento e contam suas estórias, até o Noé apareceu, mas em grande parte esses trechos são cópias de textos bíblicos.
A Vitoria Final que dá nome ao volume, não passa de duas páginas, onde ocorre o último enfrentamento entre Jesus e Lúcifer (que é solto ao fim do milênio). Faltou imaginação, mas ficou claro que tentaram ser o mais conservadores possível.

Para este último volume, minha nota é 6.

Acho que agora posso dar um opinião da série como um todo:
Interessante, talvez não houvesse a necessidade de ser tão extensa, afinal 16 volumes demora um pouquinho para se ler. Os autores tentam de diversas maneiras traduzir os complexos textos do Apocalipse numa ficção que cabe muito bem nos dias de hoje.

Nota Geral: 6,5