domingo, 24 de maio de 2009

Li O Doador

Olá a todos,

Sociedade perfeita, também chamada de Utopia. É algo que nos quebra a cabeça desde que sabemos que somos gente, ou até antes :-).

Neste livro a autora descreve uma comunidade perfeita (que me lembrou bastante do clássico Admirável Mundo Novo), e qual foi a forma encontrada para criar esta "perfeição"? Através de um único membro da comunidade que recebe a função de ser o Recebedor de Memórias, é com ele que fica todas as memórias e sentimentos da comunidade, extinguindo-se assim o sofrimento, as desilusões, conflitos, amor, desejo e alegrias.

A população inclusive perde a capacidade de ver cores, assim no mundo perfeito, tudo é de acordo com o definido, cada unidade familiar é montado por um homem, uma mulher, um menino e uma menina (até que estes dois últimos completem 12 anos) definidos pelo conselho ancião. Como citado no livro, um mundo de mesmices.

Na estória, o atual Recebedor de Memórias esta velho, e deve passá-las para o próximo que irá tomar o seu lugar, neste momento conhecemos o personagem principal, Jonas, que é escolhido pelo conselho como o novo Recebedor de Memórias, e o velho passa a ter o cargo de Doador [de memórias].

Assim que Jonas passa a ter contato com estas memórias, todo o mundo muda pra ele, e seguimos com sua angustia de voltar dia a dia para casa após seu treinamento e observar que o tudo a sua volta era falso, fabricado, de modo a proteger os cidadãos do sofrimento, mas também de qualquer outro sentimento.

Uma leitura penetrante que nos faz refletir sobre o que somos e como as nossas vidas funcionam. Não há como não ser atingido em cheio por esta estória filosófica e imprevisível. Pena que foi curta demais. Ao virar a última página, senti uma grande frustração em querer saber mais do que houve, e após um tempo percebi que a autora deixa para nós "escrevermos o final". Gostei.

Minha nota: 8,5 Provocante, intenso e de grande suspense, mas muito apressado nas últimas páginas. Vale conferir.

2 comentários:

Unknown disse...

Interessante o tema. A maioria das pessoas esquece que as defesas que criamos, por certo, nos impedem de sofrer... mas, também nos impossibilitam de sentir. Na ânsia de evitarmos qualquer contato com a dor, acabamos por acidente fechando a porta para a felicidade... paradoxal, como tudo na vida...
Só não gostei do tal "final". Puxa, já tenho um trabalho danado para escrever o final da minha própria história de vida. O mínimo que espero ao pegar um livro para ler, é que o autor se dê ao trabalho de escrever o final da história dele :-)

Jamila disse...

Concordo! Boiei no final oO