segunda-feira, 18 de maio de 2009

Li Deus, um delírio

Olá a todos,

Inicialmente quero dizer que este review será sobre a obra literária, não vou discutir o tema do ateísmo, nem sobre filosofias religiosas, mas deixarei este assunto para post futuros pois gosto do tema. E se gosto pelo temo, sempre me questionei: No que acreditam aqueles em que nada acreditam. Como tenho um amigo ateu, ele me fez o favor de emprestar esse livro. Segue review:

Está escrito na orelha do livro:
"Se este livro funcionar do modo como espero, os leitores religiosos que o abrirem serão ateus quando o terminarem" - Richard Dawkins.

Ok, posso dizer que com relação à esta afirmação, ele se equivocou, não funcionou como o autor esperava: não me tornei ateu. :-)
Explico o motivo: O linguajar aplicado na obra é muito complexa, me senti lendo uma tese de mestrado e não um livro, logo é necessário um belo esforço por parte do leitor para absorvê-lo na sua totalidade, e olha que eu conheço a evolução das espécies, física quântica, estrutura celular, etc e mesmo assim o achei bem complexo. Eu não estou dizendo que o autor disse inverdades ou bobagens, o que estou dizendo é que a maneira como o livro foi escrito, não vai alcançar seu público alvo: a massa de religiosos por inércia.
O que é um religioso por inércia? Aqueles que são por que os pais o são e pronto. Conheces algum católico não-praticante? É mais ou menos por aí.

Senhor Dawkins, se estiveres lendo esse blog (olha eu de novo achando que os cara leem meu blog), minha sugestão é que escreva um livro chamado The God Delusion For Dummies ou The God Delusion In A Nutshell. Por que se continuares com esse tipo de literatura, apenas acadêmicos irão ler e melhor, apenas eles vão entender. Falando nisto, uma outra crítica é que ele separa os leitores e castas esclarecidas e não esclarecidas. Para ele, basta que você seja mais inteligente e já irá por conta própria aderir ao ateísmo. Um pouco arrogante da parte dele.

Com este livro, Richard Dawkins cria uma espécie de profeta dos ateus: Charles Darwin. Praticamente a evolução das espécies é a "bala de prata" para responder a todas as questões. Seria o similar ao número 42 para Douglas Adams. Os capítulos do livro, apesarem de volta e meia massacrar o leitor com uma leitura quase inteligível, segue uma forma relativamente simples: ele fica o tempo todo explicando as coisas através da seleção natural; logo, aplicando-se a Navalha de Occam, Deus não precisa existir. Ex: Tal espécie evolui desta maneira por que assim tinha vantagem sobre as outras, e isto era devido ao ambiente e não à um ser sobrenatural.

Entendo que a motivação para este livro foi a tentativa criada pelos governos americano e inglês de ensinar o criacionismo nas escolas. Praticamente o livro não ataca as religiões e a figura de Deus em si, mas a ideia de que as crianças acreditem que a Terra tenha menos de 10 mil anos e que o homem surgiu de um pouco de barro, e isto sento ensinado nos dias de hoje é ir de contra o que já esta mais que comprovado. Mas sim, basta ligar a TV, principalmente no governo Bush (que não deixou saudades) isto era bastante discutido. O próprio Tony Blair (o autor é inglês) também tinha umas ideias assim. Acaba sendo uma luta Criacionismo X Seleção Natural. Isto é meio complicado. Lembro-me de uma vez, quando uma criança estava vendo aquela famosa figura que vai do macaco ao homem moderno cada vez mais ereto, ela virou-se pra mim e perguntou: - Glaucio, eu já fui um macaco? Não lembro como me saí dessa. :-[

Outro ponto bastante atacado, foi os massacres ocorridos em nome da religião, que não podem ser negados: Holocausto, 11 de Setembro, Talibãs, As Cruzadas, etc... Ou seja, religiosos que não leem as escrituras sagradas e que acham que o certo é matar os que acreditam em algo diferente. :-O

Minha nota: 6,5 Boas ideias, boas filosofias, mas complicado e maçante demais.
Richard Dawkins Fala Sobre 'Deus - Um Delírio'

Um comentário:

Unknown disse...

Concordo que a leitura seja pesada. Mas o objetivo do autor não transformar todo mundo que ler este livro em ateu. Ele sabe muito bem que religiosos fervorosos irão considerar esse livro uma heresia total e que todos que lerem queimarão no lago de fogo do inferno. Ele na verdade pede para as pessoas a agirem de uma forma um pouco mais racional, ele não diz que Evolução é uma bala de prata mas é uma explicação bem mais plausível para várias perguntas do que as respostas que algumas religiões insistem em "tentar" responder. Acho validas várias colocações existentes no livro mas não concordo com todas.

Avaliou mal o livro e deu a mesma nota que "O Segregre" . Nota 4. E estou me sentindo um membro da Cruz vermelha de tão generoso que estou me sentindo hoje!