sexta-feira, 26 de junho de 2009

Li O Vendedor de Sonhos

Olá a todos,

Numa semana sem livros, foi convencido pela minha mãe a dar uma conferida nesta livro, pois ela o tinha adorado. Meio que sem muita vontade resolvi dar-lhe uma chance.

Apesar do autor dizer o contrário, o livro pode ser considerado de auto-ajuda sim, mas ele faz isso de maneira não intrusiva. Explico: A maioria dos livros de auto-ajuda dirigem-se ao leitor diretamente, tentando convencê-lo de que tudo pode ser melhor se acreditares nisto. Neste romance, a abordagem é bem diferente, o que o deixa muito mais agradável e digerível na sua leitura.

O livro conta a estória de um suicida que é abordado por uma figurinha excêntrica, que poderíamos considerar um amálgama de Jesus Cristo com Raul Seixas, um indigente sem papas na língua, que o convida a acompanhá-lo. Com suas frases muitas vezes ácidas, atingem o personagem no seu âmago, gerando curiosidade e expectativa, não só neles, nas pessoas que veem a cena e em nós leitores.

Pouco a pouco, os seres mais improváveis de confiança, vão juntando-se como discípulos a este estranho que passaram a chamar de mestre. Ele os desafiava a largarem o que estavam fazendo e passarem a ser, junto com ele, vendedores de sonhos.

Mas afinal, o que isto quer dizer? Quer dizer simplesmente conhecer as pessoas e suas estórias, mostrar que o mundo nos tornou autômatos e esquecemos de ser humanos.

E durante essa caminhada diversos personagens cruzam com esse "estranho" grupo de vendedores, e é nesse ponto em que o leitor vai começar a se identificar com algumas situações e comportamentos, fazendo-o pensar se também não se tornou um "normal".

Minha nota: 8,0 Audacioso, curioso, cativante, mas pouco criativo. Talvez dê uma conferida na continuação ;-)

domingo, 21 de junho de 2009

Assisti O Exterminador do Futuro - Salvação

Olá a todos,

E não é que o filme me surpreendeu? Depois do sofrível, ridículo e esquecível terceiro filme, esse quarto conseguiram fazer algo de interessante. Confesso que fiquei assustado ao saber que o diretor era o McG (As Panteras (de chorar de ruim)), pois dava a impressão que não poderia sair nada de bom daí, e não é que saiu?

Infelizmente um dos segredos mais interessantes da estória, já foi entregue pelos trailers, e pensando um pouco até que não é tão original assim, mas diverte e prende a atenção. Claro que em alguns momentos deu a impressão de "Mamãe, quero ser que nem transformers", com aquelas máquinas gigantes, algumas em forma de moto e umas que lembrou a cena de Aliens IV debaixo da água; sim, tem exterminadores marítimos (hã?!).

Algumas partes da estória ficam no ar e acabam meio sem sentido, tipo: O que era aquele campo de concentração da Skynet? Era só pra deixar os humanos presos, ou seriam mortos? Por que não matar os humanos logo de cara? Já que é para isso que os exterminadores servem? Confuso, mas no trailer tem uma cena que Connor diz que é para replicar tecido humano, mas essa cena não está no filme.

Batman, ops, John Connor (Christian Bale) está perdido no meio da estória, fica claro que o roteiro original não focava-se nele, e sim em Marcus Wright e depois foi "concertado" para lhe dar mais foco, afinal ele é pra ser o messias ou o grande líder da humanidade contra as máquinas, mas não é o que o filme mostra, ele é sim um rebelde da resistência com dificuldades de seguir a linha de comando existente entre eles, e fica a pergunta: Será que John Connor é assim tão essencial? Pois parecem que os humanos estar se virando muito bem sem ele nesse universo meio parecido com Resident Evil ou Mad Max.

Minha nota: 7,0 Espetáculo militar visual com roteiro meia boca. Vale a conferida ;-)

O Exterminador do Futuro 4 - Salvação

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Li A Oxford de Lyra

Olá a todos,

Minha obra favorita em termos de literatura é sem duvida Fronteiras do Universo (His Dark Materials), e com esse novo livro (não tão novo assim, é que demorou pacas para chegar ao Brasil, finalmente!), Philip Pullman cria uma espécie de epílogo da trilogia. Nele encontramos novamente Lyra dois anos após a conclusão dos eventos acompanhados em A Luneta Âmbar, quando ela se depara com um dæmon de uma bruxa (feiticeira, nesta tradução, lamentável) que precisa de auxílio para encontrar um antigo alquimista. Ela tenta dentro do possível ajudá-lo e a escondê-lo, pois as pessoas ficariam assustadas ao verem um dæmon sem o seu humano correspondente (somente os das bruxas e de mais uma pessoa, que quem leu a trilogia sabe quem é, podem se distanciar).

Novamente as citações à física quântica são incluídas de maneira sutil e até explícita na introdução do livro onde o autor cita que esses acontecimento iriam modificar o passado (sim, essa é uma das teorias, onde o presente modifica o passado).

Infelizmente a estória é curta demais deixando aquela sensação de quero mais, de preciso mais. O que irá acontecer agora? Sem contar que o livro levanta situações não explicadas que mostram que a estória ainda não terminou, e que vai vir mais por aí. Deixando assim a pergunta: Qual a ligação entre Lyra e as aves? Por que elas a vigiam constantemente?

Talvez essa e outras respontas venham no Livro do Pó, que o autor esta escrevendo atualmente.

Além da estória, também vem um mapa dobrável de OxfordShire e das Faculdades de Oxford, alguns catálogos de produtos e postais; o que lembra um pouco aqueles livrinhos satélites que a J.K. Rowling lançou sobre o mundo do Harry Potter.

Minha nota: 7,5 Compra obrigatória a todos, que como eu, são fãs da Trilogia Fronteiras do Universo. Pena que foi muito curto. E que venha logo o próximo livro.

sábado, 13 de junho de 2009

Li O Leitor

Olá a todos,

Terminei de ler o livro O Leitor, que de acordo com a sua orelha, é o segundo livro alemão mais aplaudido. Gostaria de saber por quem ele foi aplaudido, provavelmente pela mãe do autor.

Dos últimos livros que eu li, considero essa a minha primeira grande decepção, ainda não vi o filme, talvez esteja melhor.
A estória, que é bastante simples, é divida em três partes: O romance entre o autor, o julgamento dos nazistas, e a fase da prisão. O livro é contado do ponto de vista de memórias, sem quase dialogo algum, uma narrativa curta e direta, com capítulos igualmente curtos e sem qualquer inspiração na escrita, típico que quem parece ter uma certa pressa em contar o que aconteceu, mas antagonicamente perde-se em detalhes irrelevantes durante a narrativa.

Na estoria, o jovem Michael Berg, de 15 anos conhece Hanna, 20 anos mais velha que ele, e começam um romance, onde na maior parte do tempo ele fica lendo livros para ela, até que um dia ela desaparece por completo, levando ele a crer ser culpado por algum tipo de desilusão. Anos mais tarde, Michael é estudante de direito, e passa a acompanhar os julgamento dos ex-nazistas (?) pelos crimes de guerra, e aí ele vê Hanna como uma das réus, pois ela havia sido no passado, guarda de campo de concentração, inclusive no campo de Auschwitz. Ele passa então a acompanhar todo o julgamento e aos testemunhos proferidos, até a sua condenação.

Hanna, guarda um segredo que lhe causa mais vergonha que o comportamento durante a guerra, que quando revelado no livro, nos dá aquela impressão de "ué, era só isso?".

O livro tem alguns momentos inteligentes e que fazem o leitor (nós, não o do título) pensar sobre o holocausto, e esses momentos são justos quando Hanna questiona o Juiz, do que ele teria feito no papel dela naquele momento, o que eu compreendi ser na verdade dirigida ao leitor da obra. Muito bem colocadas as perguntas que ficaram no ar.

No mais uma obra sem qualquer brilho e inspiração:
Minha nota: 6,5 Ainda bem que foi curtinho.

domingo, 7 de junho de 2009

Li O Jogo do Anjo

Olá a todos,

Carlos Ruiz Zafón conseguiu novamente. Temos mais um belo exemplo de literatura bem escrita com uma trama bem pensada e que nos prende até a última página do epílogo.

Este livro passa-se antes da estória escrita em A Sombra do Vento, apesar de escrito depois, logo é uma chamada prequel. Desta vez acompanhamos um escritor ao invés de um livreiro (sempre as estórias giram em torno de um livro) no labirinto do Cemitério dos Livros Esquecidos, lá ele encontra um livro que tem a mesma finalidade do livro que ele foi contratado para escrever: Um livro que foi encomendado por um editor estrangeiro que ele chama de patrão, que tem um broche de anjo na lapela (motivo do título). Não vou falar sobre a trama do livro que foi solicitado a ser escrito, pois no momento desta revelação, fiquei completamente pasmo. :-O
O "Patrão" aparece em diversas ocasiões querendo saber como anda o "projeto" pelo qual ele pagou uma quantidade exorbitante de dinheiro.

Em vários momentos, alguma pessoa acaba atrapalhando de alguma maneira o desenvolvimento do livro, e após isto acaba por morrer numa situação aparente de acidente, o que coloca a polícia no encalço do nosso pobre escritor envolto em tão difícil tarefa. Logo, ele tem que lidar com um Patrão misterioso, um romance não correspondido, amigos da alta sociedade, uma assistente "insistente", ajudar o sr. Sempere, escrever o livro e ainda investigar as mortes misteriosas que ocorrem a sua volta e que o apontam como principal suspeito. Claro que isto em alguns momentos torna a narrativa um pouco complexa, exigindo uma certa atenção do leitor, mas em nada prejudica o andamento, pelo contrário, lhe torna ainda mais preso à leitura.

Posso dizer que já virei fã assumido do autor. Li que ele pretende escrever quatro estórias em torno da livraria Sempere e Filhos e o Cemitério dos Livros Esquecidos, pois pode ter certeza que estarei no dia do lançamento esperando para comprar o meu exemplar. :-)

Mais que recomendo. Não vou me estender muito nesta minha resenha, pois praticamente tudo que disse sobre A Sombra do Vento, vale para este aqui também e melhor. Uma ressalva é que neste caso o autor começa lentamente a flertar com o sobrenatural, e a deixar algumas pontas soltas que, espero eu, serão explicadas nas próximas obras, pois nos deixa pensativos sobre o que realmente ocorreu.

Minha nota: 9,5. Superou A Sombra do Vento
El Juego del Ángel

sábado, 6 de junho de 2009

Assisti Anjos e Demônios

Olá a Todos,

Assisti ao filme Anjos e Demônios. Confesso que fui assisti-lo com o pé atrás, pois na sua primeira tentativa de adaptar um romance de Dan Brown para os cinemas foi bastante frustrante (O Código da Vinci). Mas resolvi dar uma nova chance à Ron Howards, e eis que ele aprendeu com os erros passados e produziu um filme bem mais consistente. Apesar ainda longe de perfeito, melhorou bastante com relação ao anterior, o que nos livros, a ordem é invertida: Essa estória passaria antes de O Código da Vinci.

Uma das melhores escolhas foi, além de arrumar aquele ridículo corte de cabelo do Tom Hanks, deixar de lado algumas das maiores viagens presentes no livro, tentando tornar assim um filme mais realista e coeso. O ator Ewan McGregor dá, como sempre, um show de interpretação no papel do carmelenco e que assume temporariamente o comando do Vaticano, enquanto ocorre a eleição do próximo Papa no Conclave.

Na estória uma bomba de anti-matéria (eu disse que a maioria das viagens tinham sido cortadas, não todas) é implantada num local ignorado no Vaticano para uma espécie de ataque terrorista ou vingativo dos Illuminati contra os crimes cometidos pela Igreja no passado com os cientistas (começando por Galileu Galilei), a velha Inquisição e a Fogueira das Vaidades.
Pena que apesar disso, em nenhum momento fica clara a motivação do Vilão principal. Ou melhor, é completamente esquecida, ou alguém entendeu porque ele fez aquilo? Uma forte falha no roteiro num filme com tamanho orçamento e com motivações de BlockBuster.

Agora um parabéns a parte vai para a recriação da Praça de São Pedro e a Capela Sistina, não sei se é digital ou foi montada em estúdio, mas são realmente inacreditáveis em perfeição, sem contar as tomadas aéreas com a praça lotada de gente. Não vejo a hora de ver no DVD um making-of para ver quais foram as técnicas utilizadas para produzi-lo.

Bom, finalizando, o filme termina deixando uma certa sensação que assistimos foi apenas uma gincana turística e frenética pelas igrejas de Roma, sem um verdadeiro motivo para os acontecimentos. Acho que o Jack Bauer provavelmente teria resolvido em bem menos que 24 horas :-)

Minha nota: 7,5 Boa diversão se acompanhado de um balde de pipocas.

Anjos e Demônios

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Um Ano de Blog

Olá a todos,

Sabiam que hoje faz um ano que fiz meu primeiro post aqui, e que já foram escritos mais de 90 textos? Pois é, nem eu estou acreditando. E eu que sempre achei que redação na escola era uma espécie de castigo de tão ruim que era. Chegava a passar uma tarde olhando para uma folha de papel esperando vir alguma inspiração do que escrever e nada! Absolutamente nada. Acho que daí que veio a expressão: "me deu um branco". Pois era assim que minhas folhas de caderno terminavam, um enorme branco. Um segredo: Reprovei em dois vestibulares por causa da maldita redação. Esse fantasma "do branco" sempre me assombrou, ou melhor, assombrava. Nem uma única frase saía direito.

E agora estou aqui, há um ano, exatamente, escrevendo num blog, e sabem o que é ainda mais louco? Tem gente acompanhando. É sim, olha aqui do lado na parte de seguidores. Neste momento em que estou escrevendo tem 10 de vocês. :-O
Claro que do meu ponto de vista, é toda uma comunidade de pessoas para ler o que eu escrevo. Pois meu objetivo era escrever para apenas uma pessoa: Para mim mesmo.

Portanto gostaria de agradecer a todos vocês que tem me acompanhado por todo esse ano, e prometo procurar mais assuntos interessantes para escrever além de filmes, livros e religião. Já teve pessoas que me pediram para escrever sobre tecnologia, mas sinceramente, sobre isto eu já falo o dia todo, aqui neste blog tem um pouco dos meus outros lados, não somente o programador e instrutor que vocês já conhecem. Aqui tem bem mais dos Meus Pensamentos.

E que possamos continuar por mais um ano.
Obrigado a todos.
Um abração

terça-feira, 2 de junho de 2009

A Abstração da Felicidade

Olá a todos,

Hoje ouvi, ou melhor, li a seguinte pergunta: Se não há problemas no momento, por que não nos sentimos felizes da vida (a pessoa, se vier a ler isto, saberá que é a autora da questão). Portanto mais tarde me pus a pensar sobre esta incógnita, e aqui segue nos Meus Pensamentos:

O conceito de felicidade é totalmente abstrato, pois não podemos defini-la. Após muito pensar não achei uma só frase que a descreva ou defina bem. Então como será possível almejar algo tão indefinido? Como alcançá-la se não há bússola que nos indique o caminho? Acho que podemos usar o famoso clichê: Você saberá quando encontrar. :-\

Na nossa composição física, genes, células e neurônios utilizam-se de mecanismos de recompensa, ou seja, o prazer provêm de áreas no cérebro que emitem endorfina, dopamina, e outras palavras que terminam com "mina" (tal como foi mostrado no documentário Quem Somos Nós). Algumas pessoas recorrem ao uso de substâncias químicas que estimulam estes "centros de prazer", sejam elas drogas ilícitas, bebida, chocolate ou fármacos receitados por profissionais da psiquiatria, conseguindo assim uma espécie de Felicidade Artificial. Mas até aí ok; estamos assim refletindo sobre o assunto no campo biológico e químico da nossa constituição física.

Passando para o lado metafísico e espiritual, o Budismo nos ensina que viver é sofrer, e que o sofrimento provêm dos nossos desejos ou apegos não atendidos ou correspondidos e que todo sofrimento, assim como toda a nossa felicidade, está na própria mente. Já no Cristianismo, a felicidade advém da nossa proximidade com Deus, sendo Ele uma capa protetora contra os infortúnios, como diz-se na oração cristã oficial: Livra-nos de todo mal.
Citando o site Bíblia On-Line: Felicidade: Estado de satisfação que experimentamos pela posse, real ou em esperança, daquilo que amamos. A felicidade completa exclui as dores, as preocupações, o temor. Esta felicidade total não é deste mundo; é a que nos espera na posse de Deus pelo amor quando o veremos "face a face" na vida eterna.
Observem que no site bíblico fala de posse; seja ela real ou não daquilo que amamos, o que leva ao Budismo, onde é demonstrado que o sofrimento é não corresponder ao apego. Logo temos definições complementares. Mas continuemos...

Já de acordo com o Wikipedia: A felicidade é uma gama de emoções ou sentimentos que vai desde o contentamento ou satisfação até à alegria intensa ou júbilo. A felicidade tem ainda o significado de bem-estar ou paz interna.
Novamente aparece satisfação; só que agora temos em conjunto o bem-estar e a paz interna.

No dicionário Houaiss: Felicidade: qualidade ou estado de feliz; estado de uma consciência plenamente satisfeita; satisfação; contentamento; bem-estar.
Pois é, parece que felicidade é estar satisfeito. Cada um trouxe um pedaço da mesma definição: satisfazer desejos e a nossa consciência. Mas isso me parece tão vago e insípido...

Logo, minha conclusão é que o estado de Felicidade é algo que apenas nós podemos saber e sentir! Esta definição é toda e exclusiva nossa! Ninguém pode nos tirá-la. Só nós mesmos podemos dizer ao Universo se estamos ou não felizes, se somos ou não felizes. Se orar, libertar-se dos desejos, ou partir para o Prozac são caminhos possíveis que cada um de nós deve percorrer, que assim o seja! Mas lembrem-se que não há qualquer garantia que irão chegar ao seu destino. Isso é conosco e com mais ninguém. Talvez não esteja nem em Templos e nem em Farmácias, mas sim a quilômetros e quilômetros de distância dentro das profundezas do nosso ser, esse imenso oceano sensorial. E que não tenhamos medo do que iremos nos deparar quando lá mergulhar.
Que se abra a Caixa de Pandora!

Sem vídeo hoje, apenas um emoticon a todos: :-)