quarta-feira, 22 de abril de 2009

Li A Cabeça de Steve Jobs

Olá a todos,

Difícil tarefa essa de fazer um review sobre um livro que trata da personalidade de uma pessoa conhecida. Como deixar de a pessoa de lado, e focar-se somente no livro?

Mas vou tentar:
O livro é excelente, no ingrato trabalho de expor de maneira sucinta e objetiva em apenas 8 capítulos, como uma pessoa (um gigante na minha opinião) pensa e conduz suas empresas de maneira a torná-las um sucesso.

O livro não é técnico, ele foca nas pessoas em geral, se você fabrica qualquer produto, seja ele sapatos, cosméticos, ou qualquer outra coisa, vai ter muitas lições aprendida com a sabedoria passa por aquelas páginas.

Confesso que em alguns momentos o livro me trouxe boas recordações, para que não sabe, meu primeiro computador foi um Apple II que ganhei dos meus pais, e esse computador foi projetado, vislumbrado, criado da Cabeça de Steve Jobs. Sim, eu sei que o geek por trás da parte técnica foi o sócio dele: o outro Steve :-), o Steve Wozniak. Mas foi ele que teve a ideia como o computador deveria ser. Foi ele quem imaginou o computador na casa das pessoas. Ele não estava pensando nas empresas como cliente e sim as pessoas. Olha ele aqui:



Em vários momentos, o meu lado geek quis ter mais detalhes técnicos, mas não é com esse objetivo que o livro se propõem, e sim, como a pessoa imaginava a experiência do usuário ou consumidor, como seria a sensação ao tirar da caixa (sim, até nisso ele pensava).

Como alguém consegue criar tantos objetos do desejo? Ele apenas criou o Apple, o iMac, o iPod, o iPhone, sem contar que ele também foi CEO da Pixar! Sim, ela mesma! O estudio de animação por computador que não passa um ano sem lançar um tremendo sucesso no cinema. Como ele consegue? Até conseguiu emprentar um cancêr no pâncreas. :-O Ele não deve ser humano, só pode.

Eu gosto da seguinte frase de sir Isaac Newton: Se pude ver mais longe que os outros, foi por estar apoiado sobre o ombro de gigantes.
Ler um livro como este que nos mostra como é a mente de um gigante, de alguém que fez a diferença no mundo, nos faz enxergar mais longe.

Ninguém melhor para falar disso que o próprio Steve Jobs, estou anexando à este post o discurso que ele fez numa formatura na Universidade de Stanford, onde ele conta apenas 3 estórias.

Minha nota para o livro: 9. O autor se repete as vezes e nos dá a sensação de ter esquecido de virar a página.
Minha nota para Steve Jobs: quem sou eu para dar uma nota a ele? Tenho que me curvar diante a sua presença e genialidade.

Steve Jobs em Stanford [parte 1]

Steve Jobs em Stanford [parte 2]

terça-feira, 21 de abril de 2009

Bloqueio e Memória

Olá a todos,

Já é a terceira vez que abro o editor de posts para escrever alguma coisa sobre qualquer coisa. Mas estou travado, com bloqueio.

O que fazer num momento como este? Eu gostaria sempre ter algo interessante para escrever, mas infelizmente querer não é poder e muito menos ter. Portanto iniciei a escrever a esmo, esperando que de uma quantidade aleatória de palavras, alguma obra venha a aparecer por mais improvável que isto seja.

Qualé a tua Universo? O que será que queres de mim? Preciso me esforçar mais? Nada nunca é suficiente? Estamos sempre correndo e correndo. Mas para onde? Com qual objetivo? O mundo é redondo, logo quanto mais andamos, mais passamos pelo mesmo lugar. E de novo e de novo, e assim eternamente.

No episódio de Æon Flux (série animada da antiga MTV Liquid Television) chamado Reraizure (reanimação), existem pequenas criaturas chamadas Narghiles, que são imortais. Dentro dessas criaturinhas (lembra um mistura de tartaruga com texugo), tem uma pequena pérola que pode ser consumida ou engolida por humanos, só que ela carrega uma droga chamada Bliss (Felicidade), o que os tornam bichinhos ao mesmo tempo adorados e odiado.


Ok, mas de que maneira esta droga trazia a felicidade? Simples, ela apagava completamente a mente da pessoa que a tomava, amnésia total. Pois são as nossas lembranças que barram a nossa felicidade. Como disse William Shakespeare: Lamentar uma dor passada, no presente, é criar outra dor e sofrer novamente.

Frase interessante essa dele, lamentar ou lembrar dores passadas, acabam criando novas dores no presente e assim continuamos a sofrer até que consigamos esquecer.

A nossa memória. Quão maravilhosa esta função do nosso cérebro, ela pode ser nosso céu, mas também nosso inferno. E não adianta nem dormir ou sonhar, pois lá ela está nos controlando, conduzindo e nos julgando.

E para finalizar, volto ao episódio Rezaizure da Æon Flux que termina com a seguinte fala:

Não somos o que lembramos de nós mesmos.
Só podemos desfazer os que os outros já esqueceram.
Aprenda com os seus erros... Para que um dia possa repeti-los de forma precisa.
Pare. Apague.


Aeon Flux Opening

sábado, 11 de abril de 2009

Li o Essencial do Alcorão

Olá a todos,

O Islã sempre gera uma certa aura de preconceitos aqui no ocidente, principalmente após o fatídico dia 11 de Setembro que por muito tempo será lembrado (os americanos não vão nos deixar esquecer disso tão cedo). Portanto resolvi lê-lo. Inclusive me perguntaram se eu estava afim de jogar um avião em algum lugar. Alá, perdoe-os porque não sabem o que dizem nem o que pensam.

O Alcorão é um livro de orações, versos, e ensinamentos que complementam as já conhecidas escrituras sagradas, como a Torá e a Bíblia, sendo inclusive citados diversas vezes o profeta Jesus como um enviado de Deus para trazer o evangelho aos homens.

Em nenhum momento o livro incita violência ou guerra, muito pelo contrário, ele fala de caridade, de amor ao próximo, inclusive meio que ameaçando os que não assim agirem.

No Alcorão, Deus é descrito como causa de tudo e que tem o conhecimento de tudo o que ocorre. Se chove, se a plantação deu frutos, tudo vem Dele e por Ele.

A suras ou suratas (como são chamados seus capítulos), são de certa forma repetitivos, pois o ensinamento básicos de todas elas é praticamente o mesmo: Deus é onisciente, onipresente e todo poderoso, ou seja, o mesmo que é ensinado pelas demais religiões ocidentais.

Segue a início (sura 1):

A Abertura
Em nome de Deus, o Compassivo, o Misericordioso

Todo o louvor pertence a Deus,
Senhor de todos os mundos,

o Compassivo, o Misericordioso,

Soberano do Dia do Juízo.

É a Ti que adoramos,
e a Ti imploramos auxílio.

Mostra-nos o caminho reto,

o caminho dos que salvastes,
não o dos que castigastes
nem o dos que se extraviaram.

De acordo com o autor, Thomas Cleary, "A Abertura" é por vezes comparada à oração do Pai-Nosso de Jesus, em virtude de sua popularidade.

Bom, sinceramente, não compreendo o chamado fundamentalismo no qual os noticiários falam de guerras santas, infiéis, homens-bomba, etc... Pois basta ler o livro, nele só existem belas palavras tal qual o Novo Testamento, onde devemos buscar a fé e a beleza de Deus em tudo que é criado. O livro apenas prega que sejamos pessoas melhores e em Deus vivamos. Talvez falte um pouco de leitura a estes fundamentalistas para que deixem o ódio de lado.

Infelizmente, tal como a Bíblia, cada um interpreta as escrituras à sua maneira; a minha interpretação é de um livro que apenas prega que Deus é a causa primária de tudo, e que ele é infinitamente misericordioso.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Religião: Agnóstico

Olá,

Para os que acessam regularmente o Orkut, notaram que alterei a minha religião para Agnóstico, portanto irei explicar o motivo de tal modificação.

Sempre estudei muito, e bota muito nisso, as diversas religiões e culturas que cercam o nosso planeta, inclusive assinava a extinta Revista das Religiões, que não "puxava a brasa para qualquer sardinha" de qualquer religião, apesar de focar-se um pouco mais nas chamadas religiões cristãs.

Mas voltando, algumas pessoas confundem os agnósticos com os ateus. Então vamos para a definições de cada um no meu adorado e pesadíssimo dicionário Houaiss*:

Ateu: que ou que não crê em Deus ou nos deuses; Ateísta. - Houaiss

Ok, então entendemos que ateu é ou são aqueles que não acreditam num deus. E agora, o agnóstico:

Agnóstico: relativo ao agnosticismo ou que é seu partidário ou seguidor. - Houaiss

Ah, tá! Essa definição não disse nada com coisa alguma! Pô, meu querido dicionário, não me deixa na mão! Vamos então ao que significa agnosticismo:

Agnosticismo: Doutrina que reputa inacessível ou incognoscível ao entendimento humano a compreensão dos problemas propostos pela metafísica ou religião (a existência de Deus, o sentido da vida e do universo etc.), na medida em que ultrapassam o método empírico de comprovação científica. - Houaiss

Bom, melhorou bastante, mas o que significa isto? Depois de ler, e ler, e ler; meditar, meditar e meditar; cheguei a seguinte conclusão: Nossa mente não é capaz de responder a essas questões. Esse assunto é debatido pelos filósofos desde o tempo de Sócrates e Platão e ainda não temos qualquer resposta plausível. Essa foi uma conclusão minha, sem nenhuma influência externa, apesar de toda doutrina recebida, e todas as leituras efetuadas.

Quando resolvi buscar na internet sobre esse ponto de vista, descobri que um tal de Thomas Henry Huxley em 1876 tinha chego na mesma conclusão, definindo assim com agnóstico aquele que acredita que o problema fundamental (sentido da vida, do universo e tudo mais) não tem como ser resolvido pelo simples motivo de não termos capacidade para tanto.

No livro O Guia do Mochileiro das Galáxias, um computador passa mais de sete milhões de anos tentando responder a esta questão e a resposta foi..., bom, qualquer nerd sabe a resposta.

Esses tempos me perguntaram de que religião eu era, e respondi: - Sou multi-religioso.
Acho que essa resposta é mais intrigante que a do ser agnóstico, pois a maioria das religiões tem a plena certeza de ser a "dona da verdade verdadeira", logo ser multi-religioso é absolutamente contraditório. E que disse que é lógica funciona em todos os casos? Até na matemática temos o número imaginário ;-)

Volto ao assunto nos próximos posts, até. Fiquem com Deus.


*Dicionário Houaiss © 2001 by Instituto Antônio Houaiss

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Divagações

Olá a todos,

A vida continua como sempre, com seus altos e baixos, e no fim é apenas uma questão matemática: A soma-se os altos e subtrai-se os baixos, aí vem o resultado: Positivo ou negativo?

Ouvi a seguinte frase muitas vezes: "Acho que joguei pedra na cruz." O que será que a pessoa quis dizer com isso? Que estava presente em Gólgota à dois mil anos atrás e até hoje está pagando por isso? Talvez sim, talvez não. Como diria o Dr. Manhattan: A vida é superestimada. É muito fácil quando o mundo externo a nós não esta bom, e então colocarmos a culpa nas mais diversas coisas, mas será que nos incluímos nestas coisas?

Eu não lembro de ter assistido a crucificação, portanto se algo não esta bom, eu deveria ser responsável por isso? Afinal, não são os incomodados que tem que se mudar? Você já tentou mudar alguma vez? Ou preferiu ficar preso à uma situação culpando algo pelas coisas não estarem bem?

Recentemente li um livro (não fiz review dele aqui) chamado Quem me Roubou de Mim? Neste livro fala sobre como temos nossa subjetividade sequestrada por outras pessoas e até por situações onde somos incapazes de sair e nos tornar pessoas.
Tornar pessoas? Essa frase ou pergunta é realmente intrigante. O que é ser uma pessoa? O que é ter a sua subjetividade; a sua individualidade; ser quem você realmente é.

Eu uso com certa frequência a frase "sair do armário". Infelizmente as maioria das pessoas interpretam isto como sendo assumir a homossexualidade, o que na minha opinião esta incorreto, mas é interpretação dada. Pra mim sair do armário é deixar de se esconder e assumir publicamente quem e o que você é, independente do que isso signifique. Esses dias conversei com um colega meu e ele assumiu ser ateu, mas que escondia isto das pessoas por medo de discriminação, e eu delicadamente respondi: saia do armário, assuma quem você é e quais são as suas opiniões sobre isso. (como eu gosto de discutir religião, sempre tive curiosidade de conversar com um ateu) (se você esta lendo isto, fica frio, não revelarei sua identidade).

Subjetividade, pessoa, coisas ruins..., tudo nos leva a pensar e meditar. Será que realmente jogamos pedra na cruz? Será que continuamos a jogá-las? Será que sou uma lembrança ruim para alguém? E assim caminhamos mais um pouco a cada dia, um passo de cada vez.

As vezes penso na teoria do cérebro no barril de Hilary Putnam, onde tudo não passa de mera imaginação nossa, da nossa subjetividade. Citando novamente Dr. Manhattan, a vida é uma névoa, e as pessoas, sombras dentro dela.

Complicado? Acho que não. Abstrato? Talvez. Mas no fim, tudo não passa dos Meus Pensamentos.